Até que ponto a Covid de Donald Trump não é a facada em Jair Bolsonaro?
Valentão, Trump deixou o hospital depreciando o vírus, como se dissesse: “é inofensivo, vai para a rua”. Com isso, Trump se mantém no centro das machetes.
Aqui, todos os canais focalizaram a porta do hospital de onde sairia o deus. Só um deus pra merecer tanta atenção. Tal como lá, aqui o capitão utiliza as redes de televisão e a mídia impressa para só falar dele.
A técnica é não perder, um só dia, as manchetes em todos os meios, sejam escritos, eletrônicos ou virtuais. O governo pauta a mídia e a mídia pauta a mídia. Impressionante.
Pensamento único
O que é manchete no estadunidense The New York Times é também no francês Le Figaro, no alemão Der Spigel, no italiano Corrieri de la Sera, e no Correio Brasiliense ou no O Globo.
Quando a notícia é realmente importante, é natural que seja reproduzida, o que não é natural é que se tenha o mesmo enfoque em toda parte.
Pixabay Pensamento único se impôs nas Redações do mundo todo
As megas corporações financeiras, com mais trilhões do que o PIB mundial, em suas burras, indiretamente, controlam hoje todas as atividades humanas, seja de produção, de serviço, científica, cultural ou religiosa.
Escapam as micro e pequenas produtoras ou prestadoras de serviço e o trabalho artístico e artesanal independente. Com raras exceções, escapam atividades governamentais de governos que conquistaram independência — claro que estamos falando do mundo Ocidental e Cristão hegemonizado pelos Estados Unidos.
Disputa eleitora sem disputa
O Brasil e os Estados Unidos iniciaram suas campanhas eleitorais nesse cenário. Cada um a seu modo, com um sistema político de perpetuação do status quo, ou seja, com o objetivo de garantir o poder das elites dominantes.
Tanto lá como aqui as elites, foram repentina e surpresivamente afastadas por forças adventícias.
O que antes era um jogo político é hoje uma guerra cultural cibernética.
Os presidentes dos EUA
O sistema eleitoral nos Estados Unidos foi criado pelos chamados pais da pátria — aquele que fundaram a o Estado independente da Inglaterra — para nunca permitir a chegada de um adventício.
Ser rico é fundamental mas, não basta só ser rico, tem que ser “da turma”. Não pode mudar uma vírgula daquilo que está estabelecido.
Por séculos foi assim e por mais de 100 anos no epicentro do comando desse sistema esteve o clã Rockefeller, rodeado pelos mais poderosos grupos empresariais, reunidos em instituições como o Conselho de Relações Exteriores (CFR), grupo de Bildeberg, Trilateral, Santa Fé, etc.
Esse domínio, quase absoluto, começou a mudar a partir dos governos de Ronald Reagan, nos EUA, e Margaret Tatcher, na Inglaterra, período que ficou conhecido como reaganomics e se institucionalizou a partir dos anos 1980, com o Consenso de Washington. A partir daí, o capital financeiro se impõe.
A hegemonia do pensamento único imposta pelo capital financeiro produziu um número de enorme de novos ricos, seja por meio da produção de novas tecnologias, com Bill Gates, por exemplo, ou na especulação financeira, com George Soros.
O confronto entre as forças tradicionais, herdeiras dos fundadores, e os novos ricos da globalização produziu um vácuo que foi aproveitado por oportunistas sedentos de poder, arautos da teoria do caos. O caos é necessário para que eles dominem o mundo.
Donald Trump foi colocado na presidência por essa turma. Sua eleição foi uma farsa. Os americanos sabem disso, não admitem por vergonha.
A imagem de maior democracia do mundo tem que ser preservada. Democracia de fancaria. Para eles, a única verdade é a da total liberdade do dinheiro.
Veja com que prepotência Trump diz que só aceita um resultado nas eleições em que disputa a reeleição. E o pior é que ele tem condições de fazê-lo.
O voto popular não elege ninguém, quem elege é o Colégio Eleitoral. Assim mesmo, ainda pode o presidente dispor da Suprema Corte para impor sua continuidade. Típico golpe de Estado.
O espetáculo já começou e teve como primeiro ato baixar em um hospital, supostamente contaminado pela Covid 19. Tudo na hora certa.
Veja também
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
A necessária frente de salvação nacional foi sequestrada pelos banqueiros, que desde o Brasil Império mandam no país e apoiam todas as rupturas democráticas
“O movimento pela democracia está crescendo em quantidade e em amplitude do espectro político. Setores à direita estão tomando vergonha e perfilando na frente democrática. Agora vai! Sempre dissemos que só a direita derruba esse governo, então está feita a Frente Ampla de Salvação Nacional”.
Que bom seria se assim fosse… Eu cheguei a pensar assim e escrevi com convicção o parágrafo acima, até que os banqueiros, as pesquisas e a análise acurada que fiz do panorama eleitoral — publicada nesta revista — me provou o contrário. A Pátria está em perigo, mais hoje do que nunca.
Os movimentos indicavam a correta iniciativa de formação de uma frente em defesa da democracia e das eleições. Mas a eles foram incorporados os donos do capital.
Direitos Já: ato virtual realizado em 1º de agosto, no Rio de Janeiro, no âmbito do 11º Ato do Direitos Já Fórum pela Democracia, realizado presencial e virtualmente. O evento contou com a presença de representantes de 16 partidos, centrais sindicais e personalidades estrangeiras. Aprovaram um manifesto em que conclamam “às forças democráticas a estarem unidas e levantarem suas vozes ao máximo para que não prospere essa estratégia de autoritarismo. Foi-se o tempo de tão somente observar! Os democratas precisam agir, exortam.
Carta aos brasileiros: A “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” foi lançada no dia 26 de julho pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e tem a adesão de amplos setores da sociedade civil. O texto tem professores renomados encabeçando a lista e teve logo adesão da sociedade civil organizada, como a OAB, a ABI, centrais sindicais e a UNE.
A fila desse Manifesto é de gente graúda, que representa boa parte do PIB. Tem a Natura, com Pedro Passos e Guilherme Leal; a Luiza Trajano, do Magazine Luiza; Eduardo Vassimon, do grupo Votorantin e Horácio Lafer Piva, do grupo Klabin.
Não surpreende, mas é estranho ver gente como Walter Schalke, da predadora Suzano; Roberto Setubal e Cândido Bracher, do Itaú/Unibanco, entre outros, reconhecendo que está em perigo a Democracia. Nunca antes se preocuparam, sempre estiveram do outro lado, mesmo nos momentos mais sombrios da ditadura se enriqueceram.
Manifesto em Defesa da Democracia e da Justiça: impulsionado pela Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, conta com o apoio de mais de 100 entidades, entre elas a Febraban, a Federação dos Bancos. O texto foi divulgado como anúncio nos jornalões do país e tem também apoio da Câmara Americana de Comércio, Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), FecomercioSP, 11 centrais sindicais de trabalhadores, da União Nacional dos Estudantes (UNE), as três universidades estaduais: USP, Unicamp e Unesp, entre outras instituições.
Assista na TV Diálogos do Sul
Todas as iniciativas são pluripartidárias, com o propósito de defender o Estado democrático e de direito, a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas, que vêm sendo detratadas por Bolsonaro, o porta-voz dos militares que ocupam a Presidência da República.
Paralelamente, Lula está cumprindo a sua parte e armando a ampla coalizão de forças necessárias para derrotar o fascismo nas urnas. Afinal, é disso que se trata.
A democracia necessária
A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito", que será lida nesta quinta-feira (11) no Largo São Francisco é bem-intencionada e serviria para reforçar a frente necessária de defesa da democracia, mas se fosse a nossa democracia. Porque a ela se somaram os donos dos maiores bancos para dizer que “vamos defender a democracia”, mas a deles, dos banqueiros e bilionários, e dar posse ao vencedor das eleições.
Se disseram isso, é porque têm a certeza de que vencerão as eleições de outubro, reelegendo o Partido dos Militares, encarnado no Partido Liberal e no Comando das Forças Armadas. Tudo democraticamente, legitimado pelo voto, tal como foi nas eleições de 2018.
“Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática. (…) independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, chamamos às brasileiras e aos brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições. (…) No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários” e concluem se declarando “em vigília cívica”.
Lupa nos firmantes
Os dois manifestos, o dos civis e o da Fiesp serão lidos na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo.
Neles estão os 10% mais ricos, seguidos pelos 10% de remediados. São os que controlam o sistema, têm a maioria nos legislativos e a cumplicidade do judiciário.
O Congresso, por outro lado, é dominado pelos ruralistas e armamentistas não representam sequer 1% da população. População que é, em torno de 80% urbana, com representação minoritária sufocada por uma verdadeira ditadura de maioria representando o mundo agrícola.
Quem representa os 80% da população? Quem representa os 110 milhões de subnutridos e subempregados? E os 33 milhões que passam fome? Pelas dúvidas, para mostrar que se preocupam 60 dias antes da eleição aprovam lei que libera geral para doação de cestas básicas para comprar o voto da população.
Tudo dentro de um sistema corroído
Defender democracia e o sistema eleitoral é o mínimo que se pode querer para oferecer segurança jurídica às eleições.
Esse é o sistema que temos. Ele está funcionando nas mãos da direita e para servir a direita, o capital. É assim desde o Império. Veja que apostar na defesa da democracia quer dizer respeitar o resultado das urnas e dar posse ao vitorioso, seja quem for.
Se Bolsonaro vence, estará legitimado pelas urnas, tal qual em 2018. A campanha de Lula não pode cantar vitória antes do tempo.
Tem muita água ainda para correr. A campanha mal começa e rios de dinheiro começam a escorrer pelas avenidas. As mentes são fracas, incultas, facilmente alienada, como já se testemunhou.
Lula reuniu em torno de sua candidatura os nove partidos que conformam a minoria de 120 votos na Câmara Federal. Bolsonaro reuniu o resto, mais de uma dezena de partidos criados para servir ao capital. Partidos que estão manejando o Orçamento da Nação e as instituições de Estado.
Bolsonaro riu da Carta pela Democracia e se convidou para ir na Febraban gozar da nossa cara. Quem é que está contra a democracia? “Manifestos são cartinhas e o governo deve ser julgado por suas ações… o canalha (Lula) que estava preso quer voltar para não continuar o que estava fazendo”, afirmou o capitão.
Depois do ocorrido, a Febraban disse que vai receber Lula. Vão querer o quê? Outra Carta aos Brasileiros? Aquela que, em junho de 2002 Lula assinou se comprometendo a não se meter com o capital?
Assista na TV Diálogos do Sul
No mês passado, numa terça-feira (5/7) Lula almoçou com boa parte do PIB, banqueiros e bilionários. Sicupira, Moreira Sales, Trabuco, Trajano..... são os mesmos que assinaram o manifesto da Fiesp pela democracia e Justiça.
O almoço foi na sede da Fiesp e, segundo a agência Bloomberg Linea, preferida do capital, houve uma discussão de alto nível com o setor produtivo com resultado muito positivo.
Esse encontro terá o mesmo efeito do manifesto da Faculdade de Direito e quantos mais manifestos forem feitos.
É isso, ninguém é contra a democracia, as coisas estão funcionando. Mas eles são contra mudar o governo, pondo em risco a estabilidade do sistema, o status quo.
Uma coisa é assinar manifesto, outra coisa é financiar candidaturas e subversão. Ademais, os banqueiros são useiros e vezeiros em financiar o que de pior existe na nossa democracia. Apoiaram todos os golpes de Estado e, a partir do golpe de 2016, são eles os que mandam. Guedes, um banqueiro na Economia, está lá realizando direitinho a lição de casa.
O problema são os militares
O Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, pediu “com urgência” acesso ao código-fonte do sistema eleitoral. O objeto solicitado já estava disponível para quem quisesse há 10 meses.
O general Braga Neto, que o antecedeu e agora é candidato a vice de Bolsonaro, chegou a afirmar que sem um “voto auditável” não haveria eleição.
Veja bem. Eles estão dentro do sistema.
O TSE criou uma Comissão de Transparência, o ministro da Defesa ou o comando do estado-maior, designou nada menos que nove oficiais para integrar essa Comissão. São todos da ativa — dois coronéis, um tenente-coronel, dois majores, três capitães e um tenente — todos cumprindo ordens do Comando de Defesa Cibernética do Exército.
O presidente do TSE, Edson Fachin, em 8 de agosto, teve que expulsar um deles, o coronel Edson Santana, porque estava tumultuando, usando as redes sociais para divulgar mentiras e notícias falsas sobre as urnas e o processo eleitoral.
O comando do Exército reagiu dizendo que vai investigar. Investigar o quê? O coronel em questão é quem tem afirmado que para “votar no PT tem que ser idiota”.
O Partido dos Militares quer mesmo é permanecer no governo. Estão se enriquecendo, não querem voltar aos quartéis para levar vida de remediado. O ataque às urnas faz parte das táticas de diversionismo.
O que se vê é que os militares querem fazer uma apuração paralela à do Tribunal Eleitoral. Tempo e dinheiro desperdiçados, desvio de função com o único objetivo de tumultuar. É a teoria do caos levada a cabo em cada ato do governo de ocupação.
De qualquer forma, querem estar envolvidos na contagem. Bolsonaro insiste que a eleição de 2018 foi fraudada porque teria vencido no primeiro turno. O que ocorre? Sabem que vão ganhar, mas precisam se manter como os donos da narrativa. É o governo que pauta a mídia e a mídia pauta a mídia.
O que importa é manter a alta tensão, expectativas, medo, assombro.
Foto: Caroline Ferraz/Sul21 Para 11 de agosto, estão sendo convocadas manifestações em todas as capitais e principais cidades em defesa da democracia. Que democracia?
A insegurança jurídica garante a impunidade
O Supremo deu até 10 dias para o presidente responder a cada uma de muitas inquirições. Ignorou todas, como se não existissem. Há 150 pedidos de impedimento nas mãos do PGR, Engavetador Mor da República.
A insegurança jurídica garante a impunidade. Nada mais importa. Quatro anos mais de terror não importa, o que importa é aliviar a tensão.
As petroleiras estrangeiras se apossaram do pré-sal e não pagam impostos. É o governo do capital. Agora o Senado isenta de Imposto de Renda o investidor estrangeiro que aplicar em debentures. O agronegócio e a exploração mineral colocada a serviço da metrópole colonial.
Michelle, a primeira dama, deu o tom para ser seguido pela orquestra: “o Palácio era habitado por demônios, hoje é habitado por Cristo”. Jair Messias é o enviado por Deus para salvar a família brasileira do comunismo, dos ladrões.
A Pátria está em perigo. Como disse alguém no encontro virtual do Rio, é preciso agir — ação junto às massas. Manifestos são bonitos de se ler, mas nosso povo é analfabeto funcional, não lê, se lê não entende.
O que dizem as pesquisas?
Não se pode cantar vitória antes do tempo. Isso afrouxa o ânimo de luta. A batalha é árdua e tem que ser travada nas ruas, nas fábricas, nas escolas, nos campinhos de várzea, mas principalmente nas ruas. A defender a nossa democracia, não a democracia do deus dinheiro, que é a democracia dos banqueiros, a democracia de mentirinha que exclui da economia metade da população.
Nas pesquisas de intenção de voto, Lula aparece com tendência de baixa e Bolsonaro de alta. 43% a 29% em março, 14 pontos de diferença; 41% a 34%, 7 pontos de diferença, em 8 de agosto, na pesquisa btgpactual. A certeza na opção de voto está entre 75% e 73%; e 95% declararam que sim, querem votar no dia 2 de outubro.
Na pesquisa Quaest, Lula tinha 48% em dezembro de 2021, 44% em 8 de agosto, 4 pontos menos. Na da Poder Data com TV Cultura, ambos aparecem estáveis, Lula com 43% e Bolsonaro, 35%. No Datafolha, Bolsonaro aparece com 25% em março e sobe para 29% no final de julho, enquanto Lula de 43% vai para quase 49% em junho e pontua 47% em julho.
Fonte: Agregador de pesquisas pollingdata
As demais candidaturas não somam 15%, mas do ponto de vista do sistema, são necessárias para levar a disputa para o segundo turno. Por isso é vital Lula ganhar de goleada no primeiro turno ou, com o mesmo espaço de propaganda eleitoral e mais tempo para aplicar suas manobras, a eleição fica praticamente indefinida.
Vale lembrar que, em 2018, Bolsonaro teve 46% e Haddad 29% no primeiro turno, e 55% a 44,87% no segundo turno. No primeiro turno, os demais candidatos tiveram pouco mais de 22%, dos quais 12% para Ciro e 4% para Alckmin.
Quase 9% de brancos e nulos no primeiro e 10% no segundo, o que mostra o quanto importante é o comparecimento em massa nas eleições.
Analisando todas essas pesquisas, o comportamento por faixa etária, renda e região, que a inteligência a serviço do capital concluiu que vão ganhar. As campanhas sequer começaram, disparam a partir do dia 15 de agosto, mas devem ter considerado as vantagens de que dispõem os militares, contando com a máquina do governo e a maior capilaridade e potencial de votos dos partidos fechados com o sistema. E confiam no domínio e manipulação das narrativas
É hora de corrigir rumos.
Como mudar a correlação de forças?
Lula está fazendo a coisa certa, se reunindo com as categorias profissionais, inclusive servidores públicos, segmento importante que está com o salário defasado como as demais categorias. Não basta! Ele sozinho não consegue. Nem com os nove partidos e os 120 deputados que formam sua coalizão. É preciso mobilização das massas populares.
Cada um com consciência do que está realmente sendo decidido nessas eleições, tem que sair para as ruas e juntar gente. Fazer grupos de cinco, ou de dez que se reproduzem até 100 mil, um milhão. É preciso ocupar as ruas.
Outro segmento importante são os idosos. Eles têm influência em seu círculo próximo e muitos são arrimo de família. A aposentadoria não está dando, corroída pela inflação. Constituem cerca de 10% da população, algo em torno de 22 milhões de pessoas com 65 anos ou mais.
Com relação à juventude, na eleição de 2018 chamava atenção o fato de que mais de 50% dos eleitores de Bolsonaro eram jovens. Eles formaram as milícias cibernéticas, multiplicando grupos de 10 e foram fundamentais na consecução da farsa eleitoral.
Em 2002, primeira eleição de Lula, houve um grande engajamento da juventude, que de um ar festivo à campanha e contribuíram para a vitória. Hoje, de novo, está havendo grande interesse e mobilização entre os jovens.
Segundo o TSE são 2,1 milhões de jovens entre 16 e 18 anos aptos para votar, contingente que se agrega os cerca de 6 milhões de jovens eleitores. Já os brasileiros entre 15 e 29 anos são um quarto da população. Hoje há muita insatisfação entre os jovens pelos desacertos do governo nas áreas de Educação e Saúde e, principalmente, segurança, pois é a juventude a primeira vítima da violência do Estado. Estado assassino, Estado fascista.
Um país com 50 milhões de jovens tem, na força e no entusiasmo da juventude a esperança de mudança.
Para o dia 11 de agosto, estão sendo convocadas manifestações populares em todas as capitais e principais cidades. Atos multitudinários em defesa da democracia. Que democracia?
Paulo Cannabrava Filho, jornalista latino-americano e editor da Revista Diálogos do Sul.
Assista na TV Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como: