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O primeiro holocausto televisionado da história, o palestino em Gaza, produziu algo impensado: fez com que a humanidade entendesse o que é um crime de lesa-humanidade (Imagem: Times of Gaza / X)

Ao vivo e em cores, Gaza é genocídio em reality show que já teria exterminado 32,8 milhões no Brasil

Diferentemente de Auschwitz, Gaza está nas telas de cada celular, computador ou televisor, sem filtros: o mundo sabe do Holocausto em curso, e sabe quem o comete

Redação Fepal
Fepal
São Paulo (SP)

Tradução:

Nota pública da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal)

Hoje será dia de dupla efeméride em vista dos dois anos de solução final em Gaza, iniciada nestes mesmos dia e mês de 2023. De um lado, a farsa dos genocidas que precisam esconder suas autorias, de Trump/Biden a Netanyahu, da Rede Globo e congêneres aos CNPJs de Cristo, e de outro o povo palestino e a humanidade, que denunciam e reagem, nas ruas às multidões e nas indignações íntimas ainda mais multitudinárias, ao maior genocídio da história e o primeiro televisionado.

Em dois anos de obscenidade assassina de “israel” e seus fiéis aliados (regimes) “ocidentais”, o mundo assistiu à maior matança de civis de todos os tempos no maior campo de concentração e extermínio da história, a Gaza palestina, num reality show que atualizou Auschwitz na tecnologia do extermínio e o transmitiu ao vivo, levando os corpos destroçados de crianças e mulheres às salas de todas as famílias ao redor do planeta como trunfo tecnológico e ação “civilizatória” de uma alegada “civilização judaico-cristã”.

Os números são aterradores e proporcionalmente inigualáveis. Os exterminados são 79.408, considerados desaparecidos sob escombros, 3,57% da população de Gaza. Seria7,6 milhões no Brasil, ou 172 vezes todas as mortes violentas registradas no Brasil em 2024 (44.127). Ou 27 milhões na Europa da 2ª Guerra Mundial, chegando a 81 milhões em eventuais seis anos daquela guerra hoje. Estes são os dados mais conservadores, porque reconhecidamente eivados de subnotificação.

O Holocausto Palestino pode alcançar 348,8 mil exterminados (The Lancet, 5 de julho de 2024), ou 15,4% da demografia deste território palestino, o que equivaleria a 32,8 milhões de brasileiros exterminados e a 116,2 milhões de pessoas na Europa da 2ª GM, ou 348,4 milhões, nesta escala “israelense”, na eventual repetição dos 6 anos de sua duração, 5 vezes mais que os até 70 milhões que morreram no período hitleriano, na Europa e fora dela.

Leia mais notícias sobre Gaza na seção Genocídio Palestino.

O extermínio metódico de crianças palestinas em Gaza supera qualquer obscenidade humana conhecida: 10.306 por milhão de habitantes do território, contra 2.813 por milhão na Europa da 2ª GM. Ou seja: EUA e “israel”, mais seus aliados no Brasil e no mundo, exterminam, por milhão de habitantes, 3,66 vezes mais crianças palestinas em Gaza que europeias durante o período nazista.

E tudo isso numa Gaza de apenas 365 km², 22% do território da cidade de São Paulo, bloqueada por “israel” desde 1967, e ainda mais a partir de 2007, para se tornar o primeiro campo de concentração com extermínio televisionado. É como se Auschwitz fosse televisionada 24 horas por dia e sua defesa estivesse nas telas da Globo e congêneres, bem como nos púlpitos dos negociantes da fé que utilizam um farsesco deus étnico para defender o extermínio palestino como expressão de uma certa – e inventada – vontade divina.

Mais terrível e perigoso que os números é o aviso dado à humanidade, que se vê humanizada nos palestinos ao entender, pela primeira vez na história, o que são crimes de lesa-humanidade, isto é, crimes contra toda a humanidade, logo, contra cada pessoa que assiste ao vivo ao Holocausto Palestino, inclusive israelense.

Ao tempo de Auschwitz, a humanidade não o assistiu, nem aos demais campos de concentração. Por esta razão, foram as máquinas de propaganda dos estados em guerra contra o nazismo que construíram uma opinião pública contrária à Alemanha Nazista. Agora, com Gaza, temos o inverso: as máquinas de propaganda destes mesmos estados defendendo “israel” e seu regime sionista, o equivalente à Alemanha nazista de outrora.

Corpos destroçados de crianças e mulheres de Gaza são levados às salas de todas as famílias ao redor do planeta como trunfo tecnológico e ação “civilizatória” de uma alegada “civilização judaico-cristã”. (Imagem: Times of Gaza / X)

Assim, a opinião pública hoje contrária a “israel” – na Europa é superior a 70%, nos EUA 53%, nos países do G7 é de 64% e no Brasil 58% – desafia seus estados e governos e toda sua máquina de propaganda de guerra promotora do genocídio palestino, que se realiza por meio da mídia hegemônica, que no Brasil tem a Rede Globo à frente, malgrado uma rebelião silenciosa em suas redações, bem como nas de outros veículos de comunicação do mainstream.

O primeiro holocausto televisionado da história, o palestino em Gaza, produziu algo impensado: fez com que a humanidade entendesse o que é um crime de lesa-humanidade, que a atinge quando cometido em qualquer lugar e contra qualquer povo, distante e desconhecido que seja. Auschwitz não deu à humanidade esta oportunidade porque o que ali acontecia não era de conhecimento da humanidade. Gaza está nas telas de cada celular, computador ou televisor, sem filtros, isto é, não é um crime passível de negacionismo, ainda que os sionistas se comportem como os negacionistas mais desavergonhados da história, até porque são os genocidas de plantão.

O sionismo e “israel” são vergonha ocidental maior que a outra, o nazismo, sempre escondido de seu DNA ocidental, mas não porque o extermínio em Gaza traz números superiores, proporcionalmente, aos nazistas, mas porque o Holocausto Palestino simplesmente não pode ser negado e toda a humanidade sabe quem o comete.

2 anos de genocídio em Gaza: coragem palestina impõe derrota moral e histórica ao sionismo

Se “israel” nasceu da Nakba Palestina (1947/51), a maior limpeza étnica da história, para esconder fora da Europa os crimes antijudeus ocidentais, é hoje a pequena Gaza, maior abrigo de refugiados e descendentes daqueles refugiados roubados e expulsos pelos sionistas, que mostra ao mundo o que são o “ocidente” e sua carreira colonial genocidária, sepultando sua alegada superioridade ética em seus escombros e em meio aos cadáveres das crianças cujos sangues inocentes derramados assombrarão seus algozes para todo sempre.

Palestina Livre a partir do Brasil, 7 de outubro de 2025, 78º ano da Nakba e 2º do Genocídio.

Leia aqui a versão em PDF da nota pública da Fepal.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação Fepal

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