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Paula Penacca, deputada nacional da União pela Pátria: "Pretendem disciplinar os que se atrevem a enfrentar o poder. Sempre junto a Cristina" (Foto: Reprodução / X)

Argentina: objetivo do Partido Judicial é castigar Cristina Kirchner por 12 anos de governo popular

Ofensiva judicial pede 12 anos de prisão para Cristina Kirchner em meio à expectativa de que a peronista se candidate para as eleições legislativas de outubro

Roberto Álvarez Mur
Diário Contexto
Buenos Aires

Tradução:

Ana Corbisier

A tentativa de proscrever Cristina Fernández de Kirchner por meio do projeto Ficha Limpa não prosperou, de modo que o mencionado Partido Judicial volta a aparecer em cena em plena temporada eleitoral. A queda do projeto macrista agora motivou a manifestação do procurador junto à Corte Suprema de Justiça da Nação (CSJN), Eduardo Casal, que pediu 12 anos de condenação para CFK, o dobro da sentença vigente. As respostas do peronismo não se fizeram esperar.

“Não conseguiram com a Ficha Limpa por meio do Congresso. Continuam tentando a partir do Partido Judicial. Pedem 12 anos pelos 12 anos de construção e ampliação de direitos para o povo”, declarou a deputada nacional da União pela Pátria, Paula Penacca. “Por isso querem condená-la e tentam proscrevê-la: pretendem disciplinar o conjunto da direção política que se atreva a enfrentar o poder. Sempre junto a Cristina”, acrescentou.

O pedido de Casal ocorreu em 15 de março, em apoio à apelação do procurador Mario Villar perante a Câmara de Cassação, em relação à chamada causa Vialidad, para que se duplique a condenação da ex-chefe de Estado. Desse modo, o aparato judicial volta a apressar seus recursos às vésperas do fechamento das listas eleitorais deste ano, em um contexto de crescente expectativa quanto à possível candidatura de CFK.

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Cabe lembrar que Cristina Kirchner está condenada a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para exercer cargos públicos, em veredicto do Tribunal Oral Federal 2, confirmado pela Câmara Federal de Cassação. Assim, está agora nas mãos da CSJN a confirmação definitiva da condenação, fato que consumaria a mencionada proscrição.

Enquanto isso, lideranças do peronismo denunciam o avanço da operação político-judicial-midiática, como já ocorreu em outras ocasiões. “Há menos de três anos quiseram assassinar Cristina Fernández de Kirchner em circunstâncias idênticas: um procurador acusando de absurdos sem provas; ela chegando em casa; o infalível Clarín de plantão e marcando lugares. Nem mesmo o precedente recente daquela arma apontada para a cabeça os detém. Perseguem-na e a hostilizam enquanto o povo argentino sofre e eles fazem negócios. Inescrupulosos sem limites”, declarou o ministro da Justiça e Direitos Humanos de Buenos Aires, Juan Martín Mena, em publicação nas redes sociais, acompanhada da capa do jornal Clarín sobre a causa Vialidad.

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O comentário de Mena foi replicado por figuras como Eduardo “Wado” De Pedro, Lucía Cámpora, Juliana Di Tullio, Mayra Mendoza, entre outros. Outra figura que compartilhou a mensagem de Mena foi o deputado estadual da UP, Facundo Tignanelli, que ainda acrescentou uma crítica a Alberto Fernández. À lista de elementos mencionados por Mena, Tignanelli somou: “Outra das circunstâncias era que quem havia chegado à presidência com os votos de CFK se reunia com alguns de seus ministros e, à força de pauta, buscavam ‘construir autoridade política’ dividindo o peronismo e enfrentando-a”.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Roberto Álvarez Mur

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