Em 11 de abril, Julian Assange foi preso por policiais do Metropolitan Police Service na embaixada do Equador, em Londres, com base em um mandado emitido pelo Tribunal Distrital de Westminster em 29 de junho de 2012 por não comparecimento ao tribunal.
O fundador do Wikileaks havia obtido asilo depois que um tribunal britânico aprovou seu pedido de extradição para a Suécia no contexto de uma investigação de estupro que este país abandonou em 2017.
Julian Assange se recusou a deixar a Embaixada do Equador durante todo este período por medo de ser extraditado para a Suécia e de enfrentar acusações nos Estados Unidos pela publicação pelo Wikileaks de mais de 250 mil telegramas diplomáticos estadunidenses em 2010.
Repórteres Sem Fronteira
Julian Assange é fundador do Wikileaks
“Visar Julian Assange por causa da divulgação, pelo WikiLeaks, de notícias de interesse geral para jornalistas (como o vazamento de telegramas diplomáticos dos EUA) seria uma medida estritamente punitiva e criaria um precedente perigoso para jornalistas, delatores e outras fontes jornalísticas que possam potencialmente ser processadas pelos Estados Unidos. Diante de qualquer pedido eventual dos Estados Unidos para extraditar Julian Assange, o Reino Unido deve manter uma posição de princípio e garantir sua proteção conforme a legislação britânica e europeia por sua contribuição ao trabalho jornalístico”, declarou Christophe Deloire, secretário geral da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
A RSF apela às autoridades do Reino Unido para que deem prioridade aos princípios da liberdade de expressão e proteção do papel do jornalismo, incluindo as fontes jornalísticas, no tratamento reservado a Julian Assange, de acordo com a lei britânica e as obrigações internacionais do Reino Unido em matéria de direitos humanos. Assim, o Reino Unido deve se abster de atender aos pedidos de extradição de Assange aos Estados Unidos, que visariam penalizá-lo por suas atividades relacionadas ao jornalismo.
O Reino Unido e os Estados Unidos ocupam respectivamente o 40º e o 45º lugar entre 180 países no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2018 da RSF.