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Atentado contra Trump: desobediência civil e resistência são únicos caminhos para a mudança nos EUA

Os esforços do Partido Democrata e de grande parte da imprensa para desacreditar Trump, são inúteis. A presunção desta cruzada contra Trump só contribui para o reality show nacional que substituiu o jornalismo e a política nos EUA
Chris Hedges
Pátria Latina
Nova York

Tradução:

Pátria Latina

O atentado contra Trump não eliminaria o anseio de dezenas de milhões de pessoas, muitas delas condicionadas pela direita cristã, por um líder de culto. A maioria dos líderes da direita cristã construiu os seus próprios cultos.

Esses fascistas cristãos abraçaram o pensamento mágico, atacaram os seus inimigos como agentes de Satanás e denunciaram a ciência e o jornalismo baseados na realidade muito antes de Trump. Os cultos são um produto da decadência social e do desespero, e a nossa decadência e desespero estão a expandir-se, para em breve explodirem em outra crise financeira.

Os esforços do Partido Democrata

Os esforços do Partido Democrata e de grande parte da imprensa, incluindo a CNN e The New York Times, para desacreditar Trump, como se os nossos problemas estivessem encarnados nele, são inúteis. A presunção dessa cruzada contra Trump só contribui para o reality show nacional que substituiu o jornalismo e a política. Essa cruzada tenta reduzir uma crise social, econômica e política à personalidade de Trump. É acompanhada por uma recusa em confrontar e nomear as forças corporativas responsáveis pela nossa democracia fracassada.

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Conluio com as forças da opressão corporativa

Esse conluio com as forças da opressão corporativa, que empobreceram a classe trabalhadora, fomentaram a guerra sem fim, militarizaram a nossa polícia, criaram o maior sistema prisional do mundo, licenciaram as corporações para explorar os mais vulneráveis e transferiram a riqueza para as mãos de uma classe multimilionária, neutraliza a imprensa, os críticos de Trump e o Partido Democrata.

A nossa única esperança é organizar a derrubada do Estado corporativo que vomitou Trump.

As nossas instituições democráticas, incluindo os órgãos legislativos, os tribunais e a mídia, estão reféns do poder corporativo. Já não são democráticas. Tal como os movimentos de resistência do passado, temos que nos envolver em atos de desobediência civil em massa e sustentada, especialmente greves e não-cooperação. Ao virarmos a nossa ira para o Estado corporativo, em vez de para Trump, nomeamos as verdadeiras fontes de poder e abuso.

Expomos o absurdo de culpar grupos demonizados como os trabalhadores sem documentos, os muçulmanos, os afro-americanos, os latinos, os liberais, as feministas, os gays e outros, pelo nosso fim. Damos às pessoas uma alternativa a um Partido Democrata falido — cujo candidato presidencial está em claro declínio cognitivo — que é um parceiro total da opressão corporativa e não pode ser reabilitado.

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Tornamos possível a restauração de uma sociedade aberta. Se não conseguirmos abraçar esta militância, que por si só tem a capacidade de destruir líderes de culto, continuaremos a marcha em direção à tirania.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Chris Hedges

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