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Ataques de Covas e Doria aos direitos sociais atingem ainda mais o povo negro, diz ativista

Letícia Parks, que concorreu às eleições para vereador em SP, explica como os cortes e privatizações feitos pela gestão de Covas atingem os mais pobres
Redação Esquerda Diário
Esquerda Diário
São Paulo (SP)

Tradução:

O Esquerda Diário convidou Letícia Parks, professora, integrante do Quilombo Vermelho e que concorreu às eleições para vereador em São Paulo pela Bancada Revolucionária de Trabalhadores do MRT, para comentar sobre ataques e privatizações do governo de Covas e Doria. Veja o que ela nos disse:

“Sabemos que cada ataque aos direitos sociais atinge a população trabalhadora, os pobres e, com mais intensidade, o povo negro. Bruno Covas e seu antecessor na prefeitura, João Doria, de quem era vice, são campeões em ataques a direitos sociais e privatizações.

O que eles hoje chamam eufemisticamente de ‘desestatizações’ significa tomar os poucos direitos sociais que temos nessa sociedade desigual e miserável que é o capitalismo, e transformá-los em nichos de acumulação para multiplicar os lucros milionários dos capitalistas. Vimos a precarização e a privatização ocorrerem, por exemplo, com a assistência social do município, responsável por garantir direitos mínimos aos que estão nas condições mais precárias de vida, e que hoje se encontra privatizada por meio da gestão a partir das chamadas ‘Organizações Sociais’ (OS), o mesmo que ocorre na saúde, que são empresas privadas supostamente sem fins lucrativos. Na saúde já se tornaram notórios os escândalos de desvios de verbas, tirando as receitas para engordar os bolsos dos canalhas que tem todo tipo de esquemas com os gestores públicos e mostrando como a corrupção é parte inerente dos governos capitalistas.

Letícia Parks, que concorreu às eleições para vereador em SP, explica como os cortes e privatizações feitos pela gestão de Covas atingem os mais pobres

Reprodução
Letícia Parks é professora, integrante do Quilombo Vermelho e concorreu às eleições para vereador em São Paulo pela Bancada Revolucionária.

No caso da assistência social, até o também privatista Secretário de Assistência Social José Castro, do NOVO, pediu demissão denunciando os cortes do setor: R$ 240 milhões foram congelados e 150 assistentes sociais já aprovados em concurso não foram chamados, com o concurso expirando seu prazo. Metade do orçamento destinado à assistência social foi usado para contratar as OSs.

Outra medida que expressa o ataque de Covas aos direitos sociais foi a aprovação no final de 2018 do SampaPrev, a reforma da previdência municipal que ocorreu sob forte repressão policial contra servidores municipais, tais como professores. Os trabalhadores são alvo da polícia de Doria e Covas para aumentar a fatia destinada aos capitalistas, e Covas, como se vê em todos os debates, diz orgulhosamente ter ‘saneado’ as contas municipais, o que significa cortar gastos sociais para aumentar o dinheiro destinado a especuladores e banqueiros.

Nós da Bancada Revolucionária temos orgulho de termos levantado um programa contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que é uma imposição para que se garanta uma fatia larga do orçamento para a especulação capitalista, além de defendermos a taxação das grandes fortunas e o fim do pagamento da dívida pública, porque sabemos que é somente atacando diretamente os lucros dos capitalistas que poderemos garantir os direitos sociais atacados por Covas. Não fizemos promessas eleitorais, mas colocamos nossa campanha, como continuaremos fazendo na nossa atuação cotidiana, a serviço de organizar essas lutas. Neste segundo turno, combatemos Covas com essa perspectiva.”


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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