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Beto Almeida: "Venezuela retomou a industrialização, alcançou autossuficiência alimentar e superou o colapso no abastecimento" (Foto: Reprodução / Facebook)

Beto Almeida: Não podemos defender o protagonismo do Sul Global e excluir a Venezuela

Em entrevista, o jornalista da Telesur fala do êxito bolivariano nas últimas eleições e do ataque da grande mídia ao país: “A narrativa de que a Venezuela passa fome é propaganda imperialista”

George Ricardo Guariento
Diálogos do Sul Global
Taboão da Serra

Tradução:

“O Brasil precisa romper com a hipocrisia e apoiar de fato a Revolução Bolivariana. Não podemos defender o protagonismo do Sul Global e excluir a Venezuela”, afirma Beto Almeida, representante da Telesur no Brasil, sobre o papel venezuelano na geopolítica. Em entrevista ao Dialogando com Paulo Cannabrava da última quinta-feira (29), o jornalista comentou o êxito bolivariano nas últimas eleições e a contínua ofensiva imperialista contra o país.

“A narrativa de que Venezuela passa fome é propaganda imperialista”, afirma, refutando a narrativa dominante sobre uma suposta crise no país. “A Venezuela tem soberania alimentar, erradicou o analfabetismo, reduziu a mortalidade infantil e entregou cinco milhões de moradias. Lá, energia elétrica e saúde são praticamente gratuitas. O bloqueio imperialista é brutal, mas a resistência é heroica”, acrescenta.

Sobre a recente disputa regional e legislativa no país, Almeida celebra a vitória do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e destaca a força política da sigla. “Num país de 30 milhões de habitantes, são 5 milhões de filiados. O PT tem 2 milhões”, compara. Segundo ele, mesmo sob “uma guerra econômica do Império Americano, inúmeras tentativas de golpes de Estado, sabotagem e terrorismo”, a Revolução Bolivariana mantém sua trajetória pela via democrática. “Essa foi a 32ª eleição desde que Chávez chegou ao poder, e a vitória é novamente expressiva: o PSUV conquistou 83% das cadeiras no parlamento e venceu em 23 dos 24 governos estaduais.”

Em relação à oposição venezuelana, o jornalista critica: “Ela diz que não há democracia, mas se registra e participa das eleições. Quando perde, alega fraude e foge do país.” Ele ressalta que, por sua vez, o chavismo mantém seu apoio popular pela combinação entre voto, mobilização e uma forte democracia participativa, com destaque para a unidade cívico-militar.

O entrevistado aproveita para valorizar a presença do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Venezuela, assessorando projetos de agricultura familiar: “É solidariedade concreta com a Revolução Bolivariana.”

Quanto à esfera global, o especialista reforça a importância da cooperação com países como Rússia, China e Irã: “Graças a esses acordos, a Venezuela retomou a industrialização, alcançou autossuficiência alimentar e superou o colapso no abastecimento.” 

Nesse sentido, Beto critica a oposição de Brasília à entrada da Venezuela no Brics: “Todos os membros são favoráveis, menos o Brasil. Foi um veto completamente sem explicação, resultado de pressão imperial.” Ele lembra que até o presidente russo confrontou publicamente Lula sobre o tema: “[Vladimir] Putin disse ao vivo: ‘eu discordo da sua posição’. Isso nunca acontece.”

A entrevista completa está disponível no canal da TV Diálogos do Sul Global no YouTube:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

George Ricardo Guariento Graduado em jornalismo com especialização em locução radiofônica e experiência na gestão de redes sociais para a revista Diálogos do Sul Global. Apresentador do Podcast Conexão Geek, apaixonado por contar histórias e conectar com o público através do mundo da cultura pop e tecnologia.

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