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João Vicente Goulart: “Algoritmos estão conduzindo o pensamento político da sociedade. Somos tratados como mercadoria. É urgente pensar em soberania digital.” (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Brasil está entregando patrimônio de graça, denuncia João Vicente Goulart

Ex-deputado e membro do Movimento pela Soberania Nacional (MDSN), Goulart defende a retomada da industrialização no Brasil e alerta para a perda da autonomia do país frente às privatizações

George Ricardo Guariento
Diálogos do Sul Global
Taboão da Serra

Tradução:

“Estamos entregando patrimônio de graça”, afirmou João Vicente Goulart ao criticar as privatizações em curso no Brasil, durante entrevista ao programa Dialogando com Paulo Cannabrava da última quinta-feira (24). Para o ex-deputado estadual do Rio Grande do Sul e filho do ex-presidente João Goulart, o país está abrindo mão de setores estratégicos sem contrapartida e colocando em risco sua soberania. “Não podemos depender de empresas privadas para regular o preço da energia, dos combustíveis ou da comunicação”, adverte.

João Vicente é um dos articuladores do recém-lançado Movimento pela Soberania Nacional (MDSN), que busca reunir setores da sociedade civil e política em torno de um projeto de reconstrução do Brasil com base na autonomia, no desenvolvimento e na justiça social. “Estamos construindo propostas, não apenas fazendo denúncias. Queremos um novo governo que não seja um Fernando Henrique 2.0”, declara.

O ex-parlamentar destaca a urgência de retomar a industrialização do país, implementar uma reforma agrária popular e garantir a soberania alimentar. Ele cita o MST como referência prática: “Hoje, o MST é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. É possível produzir com qualidade e sem veneno, com o povo no centro do projeto.”

Durante a conversa, João Vicente também alertou para o avanço do controle estrangeiro sobre as tecnologias da informação. “Esses algoritmos estão conduzindo o pensamento político da sociedade. Somos tratados como mercadoria. É urgente pensar em soberania digital”, defende, propondo um projeto tecnológico autônomo.

A entrevista resgatou ainda paralelos entre o golpe de 1964 e as ameaças contemporâneas: “Os atores são os mesmos, mudaram só a plumagem. Hoje, o golpe não precisa de tanque na rua, ele vem pelas big techs, pela manipulação da informação”, diz. E conclui: “Temos a maior força de todas: nossa cultura. Um país com todos os climas, uma miscigenação única e potencial de liderança global. Só precisamos acreditar e não deixar acontecer de novo o que vivemos em 1964.”

A entrevista completa está disponível no canal TV Diálogos do Sul Global, no YouTube:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

George Ricardo Guariento Graduado em jornalismo com especialização em locução radiofônica e experiência na gestão de redes sociais para a revista Diálogos do Sul Global. Apresentador do Podcast Conexão Geek, apaixonado por contar histórias e conectar com o público através do mundo da cultura pop e tecnologia.

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