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Militantes completam três semanas em greve de fome pela liberdade de Lula

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Militantes de movimentos populares brasileiros que reclamam do Supremo Tribunal Federal (STF) que faça justiça e liberte o ex presidente Luiz Inácio Lula dá Silva completam hoje três semanas em greve de fome.

Prensa Latina*

Apesar de mostrar claros sinais de que sua saúde está debilitada e frágil, os grevistas pretendem manter o jejum até que o STF julgue as ações declaratórias de constitucionalidade que questionam a possibilidade de prisão depois da condenação em segunda instância, um assunto que a presidenta dessa Corte, Carmen Lúcia, se recusa a discutir.

De acordo com o jornal Brasil de Fato, desde o último dia 17 Frei Sérgio Görgen, Rafaela Alves, Luiz Gonzaga, Jaime Amorim, Zonália Santos, Vilmar Pacífico e Leonardo Soares passaram a utilizar cadeiras de rodas e camas hospitalares.

Alguns deles, detalhou, já perderam 10 quilos de peso, sofrem alterações constantes nos níveis de açúcar no sangue e frequentes quedas da pressão arterial e da temperatura corporal.

Na própria sexta-feira, três dos grevistas -Jaime Amorim, Rafaela Alves e Vilmar Pacífico – foram recebidos por José Carvalho, chefe de Gabinete do ministro do Corte Suprema Gilmar Mendes, e pela assessora Mirian Welker, os quais evitaram assumir qualquer compromisso a respeito das demandas dos militantes.

Sete representantes de movimentos populares estão sem comer há 21 dias e seguirão até que o STF paute as ADCs

Na audiência, Amorim reiterou que “o Supremo é responsável por nossas vidas; se um de nós morrer não queremos cremação, queremos ser velados e enterrados em frente ao STF”.

O Dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e membro da Comissão Internacional da Via Camponesa, ao iniciar o jejum Amorim explicou em uma carta que com esse ato extremo pretendem também denunciar a volta da pobreza como consequência do golpe jurídico-parlamentar que hoje governa o país.

Estamos em Brasília em greve de fome por tempo indeterminado como forma de protesto político, tendo como condição básica a liberdade do presidente Lula e para que este possa ser candidato a presidente nas eleições de outubro deste ano, explicou.

Trata-se de um sacrifício para sensibilizar às autoridades e evitar maiores preconceitos à sociedade e aos mais pobres, e em defesa da sofrida democracia brasileira, que quando se estabelece um governo com um programa voltado à construção do Brasil como nação é golpeada pelos interesses internacionais do capitalismo, agregou.

Amorim fez questão de que para a restauração da democracia, do Estado de Direito e das garantias constitucionais, é fundamental a liberdade do ex presidente Lula, submetido a uma série de injustiças e fraudes processuais, preso político e impedido de exercer livremente sua defesa e fazer campanha eleitoral.

Na semana passada, os militantes de movimentos populares do campo e da cidade que realizam o jejum foram visitados pelo Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, que intercedeu a presidenta do STF para que esta os recebesse e escutasse suas demandas.

O Nobel argentino revelou que no encontro com a ministra Carmen Lúcia “falamos, logicamente, pela liberdade de Lula e pedimos que tomem consciência de que é um preso político reconhecido inclusive como tal pelas Nações Unidas”.

*Direitos Reservados


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
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