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CPMI vai revelar fábrica de fake news de Bolsonaro e Steve Bannon, diz Zarattini

Em entrevista, parlamentar explica que as mentiras não são criadas só para prejudicar pessoas políticas, mas também artistas e outras personalidades
Redação Diálogos do Sul
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

Com o objetivo  de abordar temas como a soberania do Brasil, as reformas trabalhistas e a importância de união dos partidos que fazem oposição ao governo atual, a TV Diálogos do Sul recebe o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), pré-candidato da esquerda à prefeitura de São Paulo, que integra a Frente Parlamentar em defesa da Soberania Nacional, para uma entrevista com o editor da revista, Paulo Cannabrava Filho.

De acordo com Zarattini, a oposição está em um momento em que começa a reorganizar suas forças, um exemplo disso é  a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fake news, instalada no dia 4 de setembro que, de acordo com o deputado, investigará “o subterrâneo que foi montado pelos bolsonaristas com o apoio de Steve Bannon, essa fábrica de fake news e de propagação das fake news”.

O economista explica que as fake news não são feitas somente para prejudicar pessoas políticas. Artistas e outras personalidades também têm sido alvo de ataques, agora os bolsonaristas usam notícias falsas contra inimigos internos, que foi o que “fizeram com Bebiano [Gustavo Bebianno, advogado brasileiro e ex-secretário-geral da Presidência da República].

Em entrevista, parlamentar explica que as mentiras não são criadas só para prejudicar pessoas políticas, mas também artistas e outras personalidades

Senado Federal
"Artistas e outras personalidades também têm sido alvo de ataques", diz o deputado

Outro exemplo, segue o deputado, é o de “Santos Cruz [Carlos Alberto dos Santos Cruz, general de divisão da reserva do Exército Brasileiro e ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República], que eles praticamente enxotaram do governo. Só não estão enxotando o [ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio] Moro porque eles têm um certo receio de que isso prejudique a faixada do governo”, afirma Zarattini.

O deputado denuncia que na chamada internet subterrânea, ou deep web, existem pessoas da extrema direita que possuem articulações com o objetivo de promover a violência. “Tem muita gente do governo que utiliza essa internet subterrânea e isso a nossa CPMI vai demonstrar”, ressalta.

Os membros da CPMI das fake news, composta por 15 senadores e 15 deputados (e igual número de suplentes), se reuniram pela primeira vez na terça-feira (17) e terão 180 dias para investigar a criação de perfis falsos para influenciar as eleições do ano passado e ataques cibernéticos contra a democracia e o debate público.

Resistência

Além dessa conquista, o deputado explica que os parlamentares obtiveram as assinaturas necessárias para CPMI da Lava-Jato. “A gente quer, com base nos vazamentos que foram e estão sendo publicados, ter uma averiguação do que a Operação Lava-Jato fez de irregularidades e são inúmeras”, diz.

Carlos Zarattini conta que também no dia 4 de setembro, em defesa da soberania nacional e dos direitos do povo, seis partidos de oposição (PT, PCdoB, PDT, PSOL, PSB e Rede) lançaram em Brasília a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional. E, a partir desse evento nacional, o objetivo é fazer os lançamentos em cada Estado do país.

Respondendo ao comentário de Paulo Cannabrava sobre por que os deputados “deixaram passar as reformas”, Zarattini disse que a maioria do Congresso é composto por empresários. “Os deputados, os senadores, a grande maioria são empresários. Então eles, como deputados empresários, atuam diretamente no seu interesse de classe e com a situação que nós estamos, de desemprego, favorece muito a desmobilização sindical”, explica.

“Nós fizemos uma luta de minoria e conseguimos reduzir os danos da reforma da Previdência, tivemos uma atuação e a capitalização, por exemplo, não foi consolidada e outras regras que eles queriam aprovar para tirar dos trabalhadores, nós conseguimos tirar do texto”, diz o deputado.

Já com relação à Reforma Trabalhista, Carlos Zarattini diz que “não teve uma única negociação, tudo o que eles quiseram, eles enfiaram goela abaixo”. “Nós tínhamos alguns votos, resistimos, brigamos, mas sem o povo na rua, você não consegue parar o carro desse jeito”, lamenta.

Assista ao vídeo em nosso canal do YouYube:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação Diálogos do Sul

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