Essa é mensagem gritada pelo “mito” de “bolsonaristas”: Vou derrubar seu governo!
Chantagem após chantagem, assim estão sendo preservados os postos de Bolsonaro, seus familiares e amigos. Esse é o governo que está de plantão, sabe-se lá até quando, mais descongelado a cada dia que passa.
Essa foi a senha para que um “porta-voz” do governo, o Luciano Hang, empresário dono da Havan, apelidado de “louro josé”, “véio da Havan” gravasse vídeo pedindo socorro aos aliados para que sejam pagas as contas e sejam defendidos os interesses do “astrólogo-ideólogo” Olavo de Carvalho.
O Governo participa do leilão. E quem contribuir com os maiores valores, certamente terá mais prestígio com os governantes.
Recentemente Olavo teve um julgamento em que foi condenado a pagar 2,5 milhões de reais para Caetano Veloso, pelo fato de fazer agressões em vídeos contra o expoente baiano. O astrólogo que se apresenta como filósofo, tem por hábito desferir ataques pessoais contra seus desafetos.
Julgando-se acima do bem e do mal e fora do alcance da justiça brasileira, finalmente foi confrontado por uma decisão judicial vinculada a uma ação proposta pelo cantor e compositor Caetano Veloso, que o condena ao pagamento de um valor indenizatório.
Aparentemente, o apelo público de “socorro financeiro” difundido através das redes pelo “Véio” Luciano Hang foi suficiente para sensibilizar as milícias bolsonaristas em torno da arrecadação dos valores necessários para o pagamento do valor indenizatório determinado na sentença condenatória imposta ao “guru” do clã miliciano.
Neste contexto, resta ainda uma pergunta: Quem serão os financiadores das dívidas contraídas por Olavo de Carvalho?
Youtube / Reprodução
Luciano Hang, empresário dono da Havan, gravou vídeo pedindo socorro aos aliados.
Na semana que passou Bolsonaro foi obrigado a negociar com o grupo de Deputados Federais e Senadores que fazem parte do chamado Centrão. Muito dinheiro público foi disponibilizado para ser administrados por essas figuras partidárias, de forma a angariar o apoio no Congresso nacional para evitar a “derrubada” do governo.
O Centrão é muito conhecido e justifica a pergunta “até onde seguirá sua aliança com o governo?” Possivelmente até serem atendidos na próxima chantagem que sempre está logo ali na frente.
Entregar parte do governo e do orçamento para ser administrado por Roberto Jefferson e outra para o Valdemar da Costa Neto é para um governo que está em frangalhos.
A resposta dada pela população nas ruas, no último domingo, dia 07 de junho foi providencial e contundente.
Mesmo com todos os riscos por romper com o isolamento social, indispensável nesta fase de transmissão da pandemia, a população usou máscaras, álcool em gel, espaçamento compatível para sair às ruas, com cartazes e palavras de ordem em defesa da Democracia Popular, incluindo a denúncia contra o racismo, feminicídio e exclusão social.
As palavras de ordem colocaram no centro do debate o direito à alimentação, acesso à saúde pública, a habitação, a água e os participantes dessas caminhadas não reconhecem no governo vigente a demonstração de interesse para atender essas necessidades fundamentais da população. Daí os gritos emocionados de Fora Bolsonaro e Mourão.
Em pelo menos 10 Estados brasileiros foi dada a continuidade para a iniciativa adotada no domingo anterior, quando as torcidas organizadas dos clubes de futebol demonstraram a indignação pelos fatos que estão acontecendo no Brasil, sob a responsabilidade de Bolsonaro, Mourão e os demais componentes do governo federal.
Enquanto isso, os registros pelas contaminações e mortes por coronavírus apontam inquestionavelmente para que o Brasil se constitua no País mais perigoso na transmissão da doença.
Estudos realizados nos Estados Unidos indicam que no mês de agosto morrerão no Brasil cerca de 5 mil pessoas por dia. Algo impensável por tamanha gravidade. Bolsonaro passou a ser reconhecido como o pior líder pela incapacidade de administrar a pandemia em nosso país, um verdadeiro genocida.
Vibramos seriamente para que as previsões realizadas pelos estudos estadunidenses não se concretizem. Que no mês de julho o Brasil tenha vencido o período mais difícil de expansão da enfermidade e que tenhamos o seu declínio.
Mesmo assim, Bolsonaro será reconhecido pela história como o Presidente que não soube administrar a pandemia no país que governa, responsabilizando-o por mortes e catástrofes, com Prefeitos que não adotaram as medidas de contenção nos territórios dos municípios.
* Claúdio Di Mauro, geógrafo, professor universitário e ex-Prefeito de Rio Claro (SP). Colaborador da Diálogos do Sul
* Participação de Jhenifer Gonçalves Duarte discente do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia