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Globo critica reforma tributária “tardia” e chama Guedes de “ministro da semana que vem”

Editorial, do jornal O Globo - diz que reforma enviada ao Congresso pelo governo Bolsonaro é "tardia, tímida e injusta"
Plinio Teodoro
Revista Fórum
São Paulo (SP)

Tradução:

Editorial publicado nesta quinta-feira (23), o jornal O Globo, porta-voz político da família Marinho, criticou a proposta de reforma tributária enviada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso e repetiu a “a alcunha jocosa de ‘ministro semana que vem'” dada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pelas “tantas idas e vindas, promessas e recuos”.

“Uma proposta tardia, tímida e injusta”, prenuncia a chamada do editorial, que lista quatro motivos pelos quais considera a reforma de Guedes ineficiente sob o risco de “não dar em nada — e o país perder mais uma oportunidade de resolver a questão”.

“Em vez de trabalhar pela convergência das duas propostas de emenda constitucional que já tramitam no Congresso, o Executivo preferiu seguir o caminho aparentemente mais fácil do projeto de lei que unifica apenas os dois impostos, provavelmente acreditando que apresentar algum avanço seria melhor do que nada. Seria mesmo, se avanço houvesse. A proposta enviada ao Congresso representa, contudo, um risco concreto de retrocesso”, diz o texto.

Editorial, do jornal O Globo - diz que reforma enviada ao Congresso pelo governo Bolsonaro é "tardia, tímida e injusta"

Reprodução: Winkiemedia
O Ministro da economia Paulo Guedes

A primeira crítica da família Marinho diz respeito justamente à injustiça de sobretaxar bancos e isentar igrejas, enquanto as demais empresas – incluindo a Globo – arcaria com o maior ônus tributário.

“Igrejas, partidos, entidades de classe e a Zona Franca ficariam isentos. Bancos, seguradoras e instituições financeiras pagariam alíquota de 5,8%. As demais empresas, 12%, mais que a maior parte das alíquotas praticadas hoje”, diz o texto.

O editorial ainda critica a punição a “alguns dos setores mais atingidos pela pandemia, em especial os intensivos em mão de obra”. “É o caso de hotéis, restaurantes, hospitais, empresas aéreas, de telecomunicações, segurança ou educação. O efeito seria particularmente nefasto para os negócios já ameaçados pelo novo coronavírus”.

“Terceiro, e mais importante, porque, se não houver compensação noutros tributos, a proposta aumenta a carga de impostos”, diz o texto, dizendo que o aumento da tributação inibe o investimento e a produção.

O Globo ainda diz que a proposta do governo “embaralha” as que já estão tramitando no Congresso, que estaria disposto a “enfrentar com coragem o intrincado emaranhado tributário que emperra a economia”.

Leia o texto na íntegra


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Plinio Teodoro

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