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Dez fatos que provam que Ernesto Araújo implantou “negacionismo diplomático” à frente do Itamaraty

Ações contra a vacina, vergonha internacional e gestão ideológica do Itamaraty são alguns indícios de que ex-chanceler não terá um lugar bom nos livros de história
Vanessa Martina-Silva
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

O ex-ministro das Relações Exteriores do desgoverno Bolsonaro Ernesto Araújo pediu demissão na manhã desta segunda-feira (29). À frente do Itamaraty, Araújo foi responsável pelo fracasso na negociação para a compra das vacinas e pela non sense rixa com o governo chinês.

A seguir, listamos dez momentos em que Araújo foi um negacionista diplomático à frente da diplomacia brasileira e indicam que o diplomata não ocupará um bom lugar nos livros de história:

– Foi contra a quebra de patentes de vacinas 

Ao contrário de Índia e África do Sul, o Brasil foi contra a quebra de patentes das vacinas. A medida, defendida por países emergentes, poderia baratear e disseminar os imunizantes em sua versão genérica

– Negacionista científico

Apesar das consequências severas da pandemia de Covid-19 no Brasil, Ernesto ignorou as tratativas internacionais para viabilizar vacinas. Chamou de “comunavírus” o novo coronavírus e afirmou que se trata de uma armadilha globalista para instaurar o socialismo mundial.

– Sem vacinas

O ministério de Araújo atuou para boicotar a iniciativa Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS), para garantir imunizante aos países em desenvolvimento. 

O consórcio estava disposto a viabilizar 168 milhões de doses ao país, mas entregou apenas um milhão de doses da vacina AstraZeneca/Oxford em 21 de março e entregará somente outras 41 milhões ao Brasil.

– Difundiu tratamentos sem eficácia para a Covid-19

Ernesto Araújo, em seu vasto currículo, liderou uma comitiva que foi para Israel tentar trazer um tal spray nasal “milagroso” contra a Covid-19. O EXOCD24 foi testado em apenas 30 pessoas. Voltaram todos sem spray e ainda passaram vergonha internacional.


– Gestão ideológica do Itamaraty

Ao contrário do que prega a boa diplomacia, Araújo usou o cargo para fazer política rasteira. “Aluno” do guru Olavo de Carvalho, ideologizou a política externa do país, utilizando-a para difundir o ideário de extrema-direita e o alinhamento automático com os Estados Unidos de Donald Trump.

– Deu as costas para o Mercosul

Durante sua estada à frente da política exterior, o Mercosul fechou o acordo com a União Europeia. Araújo defendeu flexibilizar o bloco sul-americano para permitir que seus países façam acordos de livre-comércio de forma independente, o que não é permitido atualmente. 

Ações contra a vacina, vergonha internacional e gestão ideológica do Itamaraty são alguns indícios de que ex-chanceler não terá um lugar bom nos livros de história

Palácio do Planalto
O ex-ministro das Relações Exteriores do desgoverno Bolsonaro Ernesto Araújo pediu demissão na manhã desta segunda-feira (29).

– Rivalizou com a China

Como o verdadeiro chanceler do país sempre foi Eduardo Bolsonaro, as picuinhas deste com o gigante asiático provocaram tensões na relação entre os países. O atraso na entrega de insumos para a fabricação das vacinas que estão sendo produzidas no Brasil foi repercutido no país como uma possível retaliação à postura do governo.

– Entregou a Base de Alcântara

– Brasil não entrou na OCDE

Apesar de polêmica, a entrada do Brasil na OCDE poderia até render alguma vantagem ao país. Porém, apesar da alta aposta do desgoverno, a promessa vazia de Trump virou fumaça.


– Pária com orgulho

O Brasil passou a ser visto como um pária internacional após os vários e repetidos erros do desgoverno nacional e internacionalmente. Apesar da gravidade do fato, Araújo estufou o peito e demonstrou ter orgulho do feito. 

Além de pária, país se tornou uma ameaça sanitária global, segundo a OMS.


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Vanessa Martina-Silva Trabalha há mais de dez anos com produção diária de conteúdo, sendo sete para portais na internet e um em comunicação corporativa, além de frilas para revistas. Vem construindo carreira em veículos independentes, por acreditar na função social do jornalismo e no seu papel transformador, em contraposição à notícia-mercadoria. Fez coberturas internacionais, incluindo: Primárias na Argentina (2011), pós-golpe no Paraguai (2012), Eleições na Venezuela (com Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013)); implementação da Lei de Meios na Argentina (2012); eleições argentinas no primeiro e segundo turnos (2015).

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