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Esquerda fala em “pauta identitária”, mas revolucionários nunca minimizaram luta das mulheres

O veto de Bolsonaro na distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda levantou o debate sobre o machismo na ala progressista
Mariane Barbosa
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

Há algumas semanas, o veto de Bolsonaro que impediu a distribuição gratuita de absorventes para as mulheres em situação de vulnerabilidade dominou as mídias progressista e cooperativas, e gerou debates importantes na esquerda.

Em sua coluna semanal na TV Diálogos do Sul, a feminista e docente no ensino superior de engenharias Camila Godoi, fala sobre a relação do homem de esquerda e sua contribuição para a disseminação de vários estereótipos e preconceitos.

Para Godoi, ao ignorarem a pauta das mulheres, o debate ilustrou a dificuldade do “esquerdo-macho” em compreender a relevância da luta contra o racismo, o machismo, o patriarcado, a LGBTfobia e várias outras opressões estruturais.

Assista na Tv Diálogos do Sul

“Essa dificuldade para compreender a relevância dessas lutas está associada ao imaginário do que seria um tipo ideal que representasse a classe trabalhadora no Brasil: o homem branco, heterossexual e cisgênero”, explica. 

O veto de Bolsonaro na distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda levantou o debate sobre o machismo na ala progressista

Mídia Ninja
Ao ignorarem a pauta das mulheres, o debate ilustrou a dificuldade do “esquerdo-macho” em compreender a relevância de outras lutas.

“Esses ‘esquerdo-machos’ têm muita dificuldade de reconhecer como classe trabalhadora nós, mulheres. Nós população LGBTIA+. E de perceber como a questão da raça e do racismo permeia a precarização dos corpos que serão explorados principalmente com maior intensidade no capitalismo. Principalmente no capitalismo brasileiro”, diz.

Entidades acusam Bolsonaro de “impropriedade jurídica” por vetar distribuição de absorvente

Camila ainda ressalta como a Revolução Bolchevique, que serve de inspiração para muitos socialistas brasileiros, jamais tratou pejorativamente a luta das mulheres. 

“Estudem como se deu a revolução, para compreender que nós mulheres somos essenciais na construção de uma sociedade mais justa. A revolução será anti-capitalista, anti-racista, feminista e LGBTIA+”, enfatiza.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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