Mais empresas do sistema Eletrobras aderiram à greve dos eletricitários nos últimos dias. Os trabalhadores protestam contra a privatização da Eletrobras, aprovada em 2021. A paralisação teve início em 17 de janeiro, com Furnas, Cepel e Eletrobras, e uma semana depois o movimento foi seguido pelas demais empresas do grupo: CGT Eletrosul, Chesf e Eletronorte.
“A greve cresceu e se fortaleceu ao longo desse período por conta das alterações que a Eletrobras pretende fazer no nosso plano de saúde. Em média, o desconto do plano era de 10% e a Eletrobras agora quer passar para 40%”, afirma Emanuel Mendes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ).
“Nós ganhamos algumas liminares para impedir a Eletrobras de fazer esse desconto. Aliás, a Eletrobras atropelou essas liminares e fez os descontos mesmo assim”, afirma ainda Mendes, em reportagem de Caíque Santos, no Seu Jornal, da TVT, na última segunda-feira (31/01).
Rede TVT – Reprodução/Youtube
Categoria está em greve há duas semanas contra a privatização da empresa; processo está parado no Tribunal de Contas da União (TCU)
O aumento no valor descontado pelo plano de saúde nos contracheques estava previsto no acordo coletivo de trabalho imposto à categoria. E sem esperar decisões da Justiça, passa a valer já em fevereiro para outras empresas do sistema Eletrobras.
“O custo do plano de saúde hoje para o trabalhador médio da Eletrobras, que geralmente tem os seus dependentes, você vai estar pagando aí aproximadamente R$ 2.000, isso só de mensalidade. E além da mensalidade, você tem a coparticipação. Toda vez que você fizer uma consulta ou for internado por alguma coisa, você vai ter que pagar 20% de participação”, afirma Mendes. “Isso vai ficar inviável para o trabalhador.”
Com o aumento no número de casos de coronavírus, os eletricitários pedem ainda melhores condições de trabalho contra escalas abusivas e por testes de covid-19 nas empresas. Além disso, não concordam com a privatização da Eletrobras. O processo de venda da estatal está parado no Tribunal de Contas da União (TCU) e, caso concluído, a energia pode ficar mais cara.
“É um desastre que não tem tamanho, isso vai influenciar todos os setores da economia, porque a energia é um insumo básico em qualquer segmento (…). Então, essa conta de energia, caso venha uma privatização, vai aumentar em torno de quatro vezes, preveem os especialistas”, afirma Fernando Neves, diretor da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune).
Assista na TV Diálogos do Sul
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
-
PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56
Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br