Eu fico a imaginar a situação dos 30 diplomatas convidados e cominados a ouvir as diatribes de Bolsonaro contra o sistema eleitoral. É muito constrangedor. O que fazer? Comunicar a seus governantes que a democracia no Brasil acabou, que está anunciado um golpe com todas as letras. Ou será que falta alguma?
Mais constrangedor é para os parlamentares, como os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, empenhados que estão na reeleição de seus pares. Será que caiu a ficha?
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A direita tem que se dar conta de que para existência de seus partidos é preciso que as instituições sobrevivam. Tem que haver institucionalidade para que funcione, inclusive, essa democracia de fancaria.
Antonio Cruz | Agência Brasil
Edson Fachin, ministro do STF diz: basta! “É hora de dar um basta à desinformação e ao populismo autoritário”. E daí?
Não aceitar o resultado das urnas é o anúncio de um novo pacote de abril, conjunto de leis decretadas por Ernesto Geisel e que fechou o Congresso, em 1977. Aí não sobra para ninguém. Será que caiu a ficha?
Alerta: A embaixadores, Bolsonaro mente sobre eleições e eleva risco de golpe a novo patamar
Edson Fachin, ministro do STF diz: basta! “É hora de dar um basta à desinformação e ao populismo autoritário”. E daí? Vai derrubar o governo que existe por ação direta de vossas majestades, digo cumplicidade de vossas magistraturas?
Agora é tarde. Ninguém mais acredita neles, desmoralizados a cada dia pelos militares que ocuparam o poder para ficar.
A tempestade é perfeita para uma virada completa na situação. Virada com o povo organizado em torno de uma frente de salvação nacional, entendendo que a luta é de libertação nacional.
Luta que começa dentro de cada um de nós, a libertar-se primeiro da servidão intelectual, descolonizar nosso pensamento e construir um projeto de país junto com o povo em rebeldia.
Paulo Cannabrava Filho é jornalista latino-americano e editor da Diálogos do Sul.
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