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No calar da noite, vereadora do PT é cassada por denunciar apologia ao nazismo em SC

10 parlamentares votaram a favor da ação que acusa Maria Tereza Capra de quebra de decoro parlamentar
Ana Gabriela Sales
Jornal GGN
São Paulo (SP)

Tradução:

Os vereadores de São Miguel do Oeste, município de Santa Catarina, cassaram na madrugada deste sábado (4) o mandato de Maria Tereza Capra (PT) por suposta quebra de decoro parlamentar. Foram 10 votos a favor contra um, o da própria vereadora.

A acusação afirma que Capra atacou os cidadãos da região e propagou notícias falsas ao denunciar nas redes sociais uma manifestação em que os participantes protagonizam um gesto nazista em conjunto, após cantarem o hino nacional, em frente da base do exército da cidade, em 2 de novembro de 2022.

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No plenário da Câmara, em sessão que durou cerca de nove horas e só terminou pouco mais das 3h da madrugada deste sábado, a vereadora falou sobre a violência que vem enfrentando desde a denúncia e a falta de representação feminina na Casa. A outra mulher vereadora do município, Cristiane Zanatta (PSDB), se ausentou da sessão.

“É no parlamento onde é possível equilibrar as forças de representatividade da mulher, aqui estão 11 homens, uma mulher ausente e uma vereadora que vai ser cassada“, destacou a vereadora.

A defesa de Capra afirma que o processo é, na realidade, uma perseguição política, além de alegar a possível parcialidade do então presidente da Câmara, Vanirto Conrad (PDT), apontado pela Polícia Civil como um dos líderes de atos antidemocráticos.  

10 parlamentares votaram a favor da ação que acusa Maria Tereza Capra de quebra de decoro parlamentar

Câmara Municipal de São Gabriel do Oeste
A vereadora Maria Tereza Capra (PT).




Falhas e vícios no processo

A defesa também apontou supostas falhas e vícios do processo, como a incongruência das denúncias populares, que não descrevem a tal quebra de decoro.

Nas redes sociais, Capra publicou uma carta sobre a cassação em que diz que seguirá buscando por justiça. 

Do Estado judaico à Sara Winter: as bizarras relações entre Israel e neonazismo brasileiro

“À nossa gente de São Miguel do Oeste, reitero o meu compromisso de lutar pelo nosso povo, de seguir buscando justiça a quem não tem acesso e a de mostrar ao mundo que aqui é terra de gente trabalhadora, séria, respeitadora e que não compactua com violência!”, escreveu.


Justiça já reconheceu existem de célula neonazista em São Miguel do Oeste

Em dezembro passado, A Justiça de Santa Catarina aceitou uma denúncia feita pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e tornou seis homens réus por integrarem uma célula nazista em São Miguel do Oeste, Joinville, Florianópolis e São José. 

Os envolvidos foram acusados de praticarem crimes de racismo e disseminação do ódio com uso de armas de fogo.

As investigações da Polícia Civil tiveram início após a prisão de um dos réus, por tráfico de drogas. Foi Durante o flagrante e a apreensão de objetos, que os policiais descobriram a célula nazista.  

O Ministério Público conseguiu autorização para quebrar o sigilo telefônico e de mensagem do grupo chamado “Todos os mendigos negros nordestinos deveriam ser fuzilados”, onde os criminosos costumava conversar sobre atentados, a compra de material bélico e a produção de armas. 

Ana Gabriela Sales | Portal GGN


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Ana Gabriela Sales

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