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Foto: UN Geneva / Flickr

“Bullying midiático não funciona. Venezuela nunca se renderá a pressões estrangeiras”, diz Delcy Rodríguez

Em um evento internacional em Caracas, a vice-presidenta Delcy Rodríguez defendeu a integridade das eleições venezuelanas e criticou as campanhas de desinformação promovidas pela oposição e mídia internacional
Vanessa Martina-Silva
ComunicaSul
Caracas

Tradução:

O ano é 2024 e nenhuma eleição, exceto a estadunidense, desperta tantas paixões, interesses e controvérsias como a venezuelana. Jornais, televisões e veículos de comunicação de todo o mundo têm reportado o que acontece na pátria de Bolívar, embora nem tudo o que digam seja verdade. 

A Revolução Francesa foi forjada decepando cabeças. A venezuelana, à base de convencimento popular e respaldo via eleições reiteradas. Nenhum outro país do mundo tem tanto processo eleitoral: foram 30 votações em 25 anos de um processo revolucionário que reivindica a democracia participativa.

Nesta sexta-feira (27), a dois dias das eleições mais importantes da década e uma das mais significativas deste século no país, a vice-presidenta Delcy Rodríguez, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e o deputado e vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) apresentaram um panorama eleitoral detalhado diante de mais de 800 convidados internacionais, oriundos dos cinco continentes que acompanharão o processo.

Os oradores focaram suas análises em demonstrar argumentos que reforçam a consistência do sistema eleitoral venezuelano que, com 16 níveis de auditoria é blindado a qualquer possibilidade de fraude. Os líderes também manifestaram preocupação com as narrativas da campanha de Maria Corina Machado e seu candidato laranja, Edmundo González.

Narrativa de fraude eleitoral

Os políticos bolivarianos tentaram demonstrar que a oposição governa quatro estados e 30 cidades no país. “Foram eleitos com as mesmas máquinas de votação, com o mesmo sistema eleitoral, com os mesmos reitores do Conselho Nacional Eleitoral”, destacou Cabello, que completou: a oposição pede voto manual, com cédulas de papel. “Sabem por quê? Porque assim são especialistas em trapaça. Mas isso não vai acontecer nunca”.

Já Jorge Rodríguez afirmou que “nos setores da extrema-direita violenta da Venezuela não há uma verdadeira intenção de buscar eleitores. Eles se sustentam em uma operação de falsidade, mentira e por isso já estão anunciando fraude antes mesmo que as eleições aconteçam. Antes que qualquer urna seja aberta”.

E acrescentou: “eles são péssimos perdedores, mas são ainda pior ganhadores, porque cada vez que venceram, que ocuparam uma posição de poder não fizeram outra coisa senão torturar, maltratar e agredir o povo que votou neles. Então os venezuelanos preferem que sigam como maus perdedores”.

O presidente da Assembleia Nacional também se referiu à guerra de pesquisas eleitorais — algumas indicam vitória de González por cinco pontos de diferença sobre Maduro. “Isso é para que quando ocorra o inevitável, e o inevitável é a vitória de Nicolás Maduro, recorram a essas falsas pesquisas. Esta não será a primeira vez que o povo venezuelano vai derrubar esse tipo de mentira e falseamento da realidade”.

Está sendo feito também um trabalho junto ao corpo diplomático na Venezuela para alertar e advertir sobre os planos arquitetados contra o processo eleitoral, informou Delcy. “Temos acompanhado dia a dia, minuto a minuto, as posições de alguns governos. Acredito que eles também precisam ter uma fase de reflexão, precisam entender que a Venezuela nunca se rendeu e nunca se renderá a pressões estrangeiras”.

Invisibilização chavista

De acordo com Rodríguez, a oposição e a imprensa estrangeira têm sido implacáveis para invisibilizar tudo que se relacione com a revolução bolivariana. “Nos tratam como se não fossemos milhões, como se Chávez não tivesse existido”.

Neste sentido, Diosdado completou: “o povo sabe que está defendendo a soberania e a dignidade da Venezuela. O povo venezuelano sabe quem tem defendido a integridade territorial e sabem também reconhecer quem tem causado danos ao país, que pediram sanções e uma invasão estrangeira para prejudicar a nossa economia e o nosso país”. 

“O presidente Maduro visitou mais de 280 cidades, comunidades e povoados, onde esteve em contato direto com o povo, no corpo a corpo, com a alma do povo venezuelano. O que vimos em toda as ruas da Venezuela foi um mar de gente emocionada e feliz, assim como vocês viram aqui em Caracas ontem (25)”, observou Delcy.

Assédio midiático

A vice-presidenta Delcy Rodriguez apresentou uma espécie de dossiê de várias eleições, desde 2013, em que a imprensa internacional criou e/ou apoiou mentiras criadas pela oposição venezuelana relacionadas a supostas fraudes e irregularidades no processo eleitoral do país.

“É patético que continuem repetindo as mesmas ações em diferentes eleições na Venezuela”, afirmou. “Acredito que ficou claro, ao longo destes cinco ou seis anos, o impacto devastador do bloqueio contra a Venezuela. É importante entender que a ditadura e o bullying midiático não cabem mais, pois o povo venezuelano se imunizou contra a manipulação dos algoritmos e a intimidação internacional através desses meios de comunicação”. 

Ao longo da campanha eleitoral, muitas foram as explicações para a presença ou ausência de pessoas nas ruas apoiando os candidatos. Em uma delas, vários meios de comunicação disseram que o governo manipula as imagens das concentrações para parecerem vazias ou cheias, dependendo do interesse em questão. A esse respeito, Delcy foi categórica:

“As lentes [das câmeras], não poderão superar a vontade do povo venezuelano. Eu garanto que nem os ângulos amplos [contrário do zoom, a grande angular capta um campo mais aberto] conseguirão. Acima da ficção midiática que pretendem impor, está a realidade de um povo valente, corajoso e vitorioso. A realidade de um povo que defenderá sua vitória, a paz, a democracia, a prosperidade e, sobretudo, o amor e a fraternidade para com os povos do mundo”.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Vanessa Martina-Silva Trabalha há mais de dez anos com produção diária de conteúdo, sendo sete para portais na internet e um em comunicação corporativa, além de frilas para revistas. Vem construindo carreira em veículos independentes, por acreditar na função social do jornalismo e no seu papel transformador, em contraposição à notícia-mercadoria. Fez coberturas internacionais, incluindo: Primárias na Argentina (2011), pós-golpe no Paraguai (2012), Eleições na Venezuela (com Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013)); implementação da Lei de Meios na Argentina (2012); eleições argentinas no primeiro e segundo turnos (2015).

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