Realizou-se nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, uma importante reunião do grupo Brics, agora ampliado para Brics+, incluindo novos membros como Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. O encontro mostrou os ventos de mudança no equilíbrio geopolítico mundial e reafirmou o protagonismo do Sul Global na luta por uma nova ordem internacional mais justa e multipolar.
Ausências notáveis marcaram o encontro: nem o presidente da China, Xi Jinping, nem o da Rússia, Vladimir Putin, compareceram presencialmente. A China foi representada por seu primeiro-ministro, Li Qiang, e a Rússia pelo chanceler Sergey Lavrov. Também não compareceram os presidentes do Irã e do Egito, novos membros do grupo.
Apesar das ausências, o encontro resultou numa Declaração Conjunta com 25 páginas e 97 parágrafos, fruto de consenso entre todos os participantes, o que revela um alto grau de articulação política entre países de regimes e orientações ideológicas muito diferentes.

O documento reafirma o compromisso com o multilateralismo, com a paz, com o respeito à soberania e com a busca de maior representatividade nas instituições internacionais. Defende uma reforma da governança financeira global, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para garantir voz e voto mais equilibrados aos países em desenvolvimento.
Um dos destaques foi a proposta de fortalecimento da cooperação tributária internacional, combatendo paraísos fiscais e fluxos financeiros ilícitos. A medida ganhou força com o apoio de um manifesto internacional assinado por sete prêmios Nobel. Houve também ênfase na construção de um sistema alternativo às big techs, visando maior soberania digital dos países do Sul.
Sete grupos temáticos foram formados para aprofundar as iniciativas conjuntas: reforma da governança global, paz e segurança, desenvolvimento sustentável, comércio e investimentos, finanças e governança, cultura e intercâmbio de povos, e tecnologia e inovação.
Cannabrava | Cúpula Brics+ no Rio expõe ambições do Sul Global e os limites da mudança
A Cúpula do Brics+ incluiu também o Fórum dos Povos, onde representantes da sociedade civil apresentaram suas demandas e visões, ampliando o caráter democrático da articulação.
O presidente Lula teve papel ativo no encontro. Em sua fala, criticou sanções unilaterais, pediu o fim da guerra na Ucrânia e defendeu a criação de uma moeda comum para transações comerciais entre os países do grupo. Também destacou o papel do Brics como espaço de resistência à hegemonia ocidental.
Apesar da diversidade de interesses e regimes, o grupo demonstra crescente maturidade política e capacidade de diálogo. O avanço das iniciativas do Brics+ indica que o mundo caminha para uma nova configuração geopolítica, na qual o Sul Global deixa de ser coadjuvante e assume o papel de protagonista.
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A Cúpula de 2025 marca um momento histórico para a consolidação do Brics+ como articulação estratégica do Sul Global. O Rio de Janeiro foi palco de uma declaração firme: não se constrói mais o futuro do mundo sem os países em desenvolvimento na mesa de decisões. Resta saber se o bloco conseguirá traduzir suas intenções em ações concretas, superando os desafios internos e as pressões externas que inevitavelmente virão.
* Texto produzido com auxílio do ChatGPT.





