Aprendi com minha família que para conhecermos alguém precisamos juntos comer um saco de sal. Ou seja, trata-se de passar muito tempo em conjunto, vivendo situações e buscando soluções para impasses.
Há também quem diz que devemos dar poder de decisão para alguém para termos o resultado de como será seu procedimento. Aí sim as pessoas, com poder, se revelam verdadeiramente.
São muitos os casamentos nutridos com muito amor e que em momento específico aparecem as fraquezas do casal ou um de seus componentes. Quantos então se sentem traídos e, com isso, vem a necessidade de rompimento. Isso acontece muitas vezes depois de muito sofrimento.
Se isso acontece nos relacionamentos que se fundam em carinhos e amor, imagine-se nas situações comuns da vida. Especialmente em situações que demandam decisões com controle financeiro e estruturas de poder. Imagine-se as dificuldades de quem deve formar sua equipe de governo composta por centenas de pessoas, muitas das quais componentes de diversos partidos políticos. Vivemos esses problemas e dificuldades práticas em nossas administrações municipais. Vimos, por exemplo, como Lula e Dilma foram traídos por Michel Temer e seus canalhas seguidores. Quantos, no governo federal e em nossas cidades, ficaram do lado dos acusadores de Lula e de Dilma.
Agora não seria e não será diferente.
Recentemente, políticos vinculados ao neofascismo já argumentaram que possuem diversos infiltrados nas fileiras do governo que está estabelecido. E há mesmo.
Agora mesmo, um “general” comandante da Segurança Institucional do Palácio do Planalto teve imagens flagradas de sua condescendência e até mesmo participação junto aos setores que invadiram a sede do Executivo e promoveram badernas e destruições. Trata-se de um militar que tinha a responsabilidade de comandar e garantir a segurança da sede do Executivo onde despacha o Presidente da República.
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Certamente esse não será o único infiltrado, neofascista que atua no interior do governo.
O aparecimento do caso desse “general” G. Dias, comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deve servir definitivamente de alerta para demonstrar que todas as pessoas que estão dentro do governo, devem ser investigadas e cabe ao governo se livrar dos possíveis traidores.
Já existem diversos integrantes da equipe de governo que foram denunciados como bolsonaristas, neofascistas e que não devem continuar merecendo afagos com cargos de confiança. Cargos de confiança, como, se não merecem confiança?
Qual seria a dificuldade do governo Lula para se livrar desses entulhos humanos? Os setores que apoiam o governo devem mostrar indignação e exigir as providências de limpeza técnica e política. Há muita gente digna, boa para ocupar as funções, pessoas que estão negligenciadas, enquanto o governo fica em mãos de possíveis traidores.
Quem aplaudiu Bolsonaro ao dizer em palanque, no Acre, que deveria metralhar petistas e os que ele chamava de comunista? Como é possível que o governo conviva com essa claque bolsonarista e criminosa? São sim terroristas!
Valter Campanato/Agência Brasil
Que sejam colocados para fora do governo e devidamente punidos, aqueles que são inimigos por dentro das equipes de governantes
Estes motivos devem estimular a realização da CPMI que tratará dos fatos acontecidos em 08 de janeiro com os ataques ao Palácio do Planalto, ao prédio do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Que sejam identificadas todas as pessoas que fizeram “corpo mole” ou foram coniventes com terroristas e golpistas praticantes. Seja quem for, deve ser extirpado do governo. Sim, o fulcro era composto por terroristas bolsonaristas, mas não resta dúvidas que houve setores infiltrados e relaxados que ajudaram a acontecer o que vimos.
Todos e todas devem ser identificados e devidamente punidos.
Essa faxina deveria ter sido feita no começo do governo, perdeu-se tempo, mas ainda é momento. Não dá para esperar mais. É preciso radicalizar nesses procedimentos para conseguir um governo que atue conforme as propostas feitas pela equipe de Lula durante a campanha. É preciso manter essa identidade com a população para garantir o sucesso do governo.
Que sejam colocados para fora do governo e devidamente punidos, aqueles que são inimigos por dentro das equipes de governantes.
Não se pode dar guarida para traidores e potenciais traidores. Ou não se quer que o governo cumpra seus compromissos de campanha?
Agora é a hora que não pode ser perdida.
Cláudio Di Mauro | Geógrafo, professor e colunista na Revista Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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