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Cartão Vermelho para Donald Trump…

Gustavo Espinoza M.

Tradução:

Aqueles que pensam sabem que Donald Trump encarna a política da guerra, de sangue e morte que deve ser repudiada. Assim também como as pessoas que lhes são servis e desgovernam nossos países impunemente.

Gustavo Espinoza M.*

Gustavo-Espinoza-Perfil-DialogosFinalmente, Nicolás Maduro confirmou sua presença na Cúpula das América que transcorrerá em Lima em abril. A decisão caiu como uma pedrada nas aspirações concertadas de uma tropa anti-bolivariana arrastando uma galera barulhenta.

No contexto da conferência, um grupo de parlamentares peruanos se apressou a apresentar uma Moção para que o Congresso peruano declare “Persona No Grata” o ilustre visitante que virá para defender os anseios de seu pais, a soberania dos Estados da região, condenar resolutamente a prepotência imperial desatada contra o mundo.

O povo é o melhor árbitro da história. E será o povo que dará um Cartão Vermelho ao senhor Donald Trump e seus cúmplices em solo latino-americano.
O povo é o melhor árbitro da história. E será o povo que dará um Cartão Vermelho ao senhor Donald Trump e seus cúmplices em solo latino-americano.

Os peruanos, e latino-americanos em geral, não sabem o que é que ocorre realmente na Venezuela. Uns tantos repetem como papagaio o que lê na grande imprensa e o que informa a televisão-lixo. Pensa então que os venezuelanos estão morrendo de fome e que comem as sobras. Y ficam com a ideia de que Nicolás Maduro é um ditador implacável.

É a versão dada pela CNN, a SIP e os grandes meios todos à disposição do grande capital. O servilismo da mídia leva a gente a pensar: se eles dizem isso, deve ser exatamente o contrário.

Sempre foi assim. Eles apregoam, por exemplo, que a mineração é sinônimo de riqueza. A realidade peruana, assim como  a de Mariana no Brasil, desmentem radicalmente. Dizem que o capitalismo é condição para o bem-estar e o progresso, e o subdesenvolvimento e a miséria dos povos constituem outro categórico desmentido. Afirmam que Estados Unidos é o “guardião da democracia”,  e invade países, destrói nações, impõe o caos e ditaduras. Dizem que Cuba é “o pior dos mundos” quando a UNESCO reconhece que tem a melhor educação na América Latina, e a OMS elogia sua política de saúde e a coloca como exemplo para o mundo.

Esses meios também nos disseram, no passado, que Batista e Somoza eram líderes de seus povos, que Pérez Jiménez y Rojas Pinilla, eram garantia para o desenvolvimento; que Pinochet, Videla ou Fujimori encarnavam um modelo de progresso. Com todos esses antecedentes, como acreditar neles quando nos dizem que Venezuela se auto destrói realizando um processo de profundas mudanças sociais?

Basta com constatar que eles (a mídia) defenderam sempre a classe dominante que está no poder, seja um Alan Garcia ou um Fujimori. Agora atacam Maduro por ser o mau ou o mal. Então, se Fujimori é o bom preferimos ficar com Maduro, o mau.

Imaginemos que no Peru, um governo pretendesse atender às mais elementares demandas cidadãs –saúde gratuita para todos, por exemplo, ou, todas as crianças em boas escolas públicas. Qual seria a reação do povo? E qual seria a reação se tivesse como única opção as clínicas privadas? Pagar escolas cujos donos estão nos Estados Unidos?

Pois bem, na Venezuela, aqueles que mandaram sempre sem nenhuma outra preocupação que a de ganhar cada vez mais dinheiro, já não podem mais fazer negócios com a saúde, com a educação, com as riquezas que pertencem à nação, a todos nós. Por isso estão furiosos e tem sua fúria repercutida em toda a mídia oligárquica do continente.

Nicolás Maduro é um presidente eleito pela vontade do povo. Não é produto de um Golpe de Estado, como Temer. Nem chegou lá por um artifício, como Trump que com dois milhões de votos menos que sua adversária a venceu num colégio eleitoral de “notáveis”.

Venezuela é o país onde mais se realizam eleições. Maduro ganhou também as recentes eleições para a Assembleia Constituinte, e as eleições regionais realizadas em seguida. E acaba de realizar acordos nas reuniões com a oposição realizadas em Santo Domingo, na República Dominicana, diante de observadores internacionais.

A mídia e as escolas fizeram com as pessoas deixassem de pensar, deixassem de olhar a essência das coisas. Aqueles que ainda pensam têm que trabalhar para que os outros voltem a pensar, voltem a olhar criticamente a realidade. Os meios alternativos como o nosso Diálogos do Sul, não têm recursos para chegar a milhões. Vamos fazer com que as pessoas voltem a pensar e olhar criticamente a realidade se todos se engajarem nesse esforço.

Aqueles que pensam sabem, por exemplo, que Donald Trump encarna a política da guerra, de sangue e morte que deve ser repudiada. Assim também como as pessoas que lhes são servis e desgovernam nossos países impunemente.

O povo é o melhor árbitro da história. E será o povo que dará um Cartão Vermelho ao senhor Donald Trump e seus cúmplices em solo latino-americano.

 

*Colaborador de Diálogos do Sul, de Lima, Peru.

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Gustavo Espinoza M. Jornalista e colaborador da Diálogos de Sul em Lima, Peru, é diretor da edição peruana da Resumen Latinoamericano e professor universitário de língua e literatura. Em sua trajetória de lutas, foi líder da Federação de Estudantes do Peru e da Confederação Geral do Trabalho do Peru. Escreveu “Mariátegui y nuestro tiempo” e “Memorias de un comunista peruano”, entre outras obras. Acompanhou e militou contra o golpe de Estado no Chile e a ditadura de Pinochet.

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