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Casal de ambientalistas e sua filha são assassinados a tiros às margens do Xingu, no Pará

Eles eram conhecidos na região por conta da atividade de criação, proteção e soltura de quelônios (tartarugas e tracajás) no rio Xingu há mais de 20 anos
Will Mota
Esquerda Diário
Belém

Tradução:

Neste domingo, 09, os corpos de José Gomes (conhecido como Zé do Lago), da esposa Márcia Lisboa e da filha de Márcia, Joene Lisboa, de 19 anos, foram encontrados próximo da residência onde moravam às margens do rio Xingu, na área rural do município de São Félix do Xingu, no Sul do Pará.

Eles eram conhecidos na região por conta da atividade de criação, proteção e soltura de quelônios (tartarugas e tracajás) no rio Xingu há mais de 20 anos. Foram brutalmente assassinados a tiros. Tudo indica que por pistoleiros, mas a motivação ainda é desconhecida.

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Este triplo homicídio não pode ser banalizado pelo poder público.

Este triplo homicídio ocorrido no Sul do Pará não pode ser banalizado pelo poder público, como tantos outros já foram. Por isso, é preciso dar ampla repercussão a essa denúncia para que as autoridades do governo do Estado do Pará investiguem a fundo e a Justiça não deixem impunes os assassinos e mandantes deste crime bárbaro.

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Veja o projeto que a família desenvolvia às margens do Xingu:

Eles eram conhecidos na região por conta da atividade de criação, proteção e soltura de quelônios (tartarugas e tracajás) no rio Xingu há mais de 20 anos

Reprodução
Zé do Lago e Márcia, assim como sua filha Joene, de 19 anos foram assassinados

Conflitos agrários

Entre 1985 e 2019, segundo dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra), dos 1.815 assassinatos de trabalhadores e lideranças rurais ocorridos no Brasil em conflitos agrários, 1.202 assassinatos (66,22%) ocorreram no bioma amazônico.

A violência no campo na Amazônia é indissociável da questão agrária, ambiental e indígena. Enquanto esses problemas não forem enfrentados a partir de respostas estruturais, mais crimes de pistolagem contra lideranças do campo continuarão a acontecer em nossa região.

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Lamentavelmente, há poucos meses o governador do Estado do Pará, Helder Barbalho (MDB), editou o decreto 1684/2021 que premia grileiros e invasores de terras públicas com a venda de terras a um preço no valor de 1,2% do valor de mercado, um subsídio de mais de R$ 6,7 bilhões para desmatadores no Estado que mais destrói a floresta no país.

Esse tipo de política que só favorece os latifundiários e grandes empreendimentos é responsável por toda a perpetuação da violência contra trabalhadores rurais, lideranças indígenas, camponesas e ambientalistas que se reproduz no Pará e em toda a região amazônica.

Zé do Lago, Márcia e Joene Lisboa, presentes!

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Redação Esquerda Diário


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Will Mota

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