O promotor federal encarregado do caso de Genaro García Luna solicitou ao juiz recusar a petição dos advogados defensores do ex-secretário de Segurança Pública do México para adiar a condenação penal do culpado de aceitar subornos do cartel de Sinaloa em troca de proteção, durante os sexênios de Vicente Fox e Felipe Calderón.
Em carta entregue ao juiz Brian Cogan nesta quarta-feira (5), o promotor Breon Peace argumenta que a solicitação da defesa apresentada em 30 de junho só oferece “referências vagas” à “nova evidência potencialmente favorável à defesa”, sem apresentar nenhuma prova exculpatória, nem detalhar de onde e de quem provém a nova evidência.
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Mais ainda, o promotor assinala que a defesa teve mais de três anos desde a primeira acusação criminal para investigar mais testemunhas e buscar evidência neste caso.
Portanto, Peace argumenta que a corte deveria negar a solicitação da defesa para adiar por cinco mesmos as moções pós-julgamento e a sentença, agora programada para 27 de setembro, até março de 2024.
Pouco depois, o advogado defensor de García Luna, Cesar de Castro, respondeu a carta da promotoria argumentando ao juiz Cogan que a defesa não tem controle sobre quando são apresentados novas testemunhas ou informação a partir do México e outros lugares.
Aponta que “a publicidade engendrada por este julgamento foi substancial e se seguem escrevendo notas no México sobre o julgamento, e que o presidente do México (Andrés Manuel López Obrador) continua fazendo referência ao caso de maneira frequente. Como resultado, pessoas estão se apresentando com informação relevante, o que não poderíamos haver antecipado”.
Portanto, de Castro reitera a necessidade de adiar o processo pós-julgamento para que a defesa possa avaliar a nova informação e determinar se prosseguirá com solicitações formais incluindo a possibilidade de pedir um novo julgamento com base na nova evidência.
Ambos os lados estão agora à espera da decisão do juiz Cogan sobre esta disputa.
O ex-secretário de Segurança Pública foi declarado culpado de cinco acusações criminais por um júri no Tribunal Federal do Distrito do Leste de Nova York em 21 de fevereiro, depois de um julgamento de quatro semanas. A acusação girava em torno de García Luna ter supostamente aceitado milhões de dólares em subornos do cartel de Sinaloa para proteger suas operações de narcotráfico.
David Brooks | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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