Organismos das Nações Unidas (ONU) denunciaram no início de abril que 14 milhões de crianças sudanesas necessitam de ajuda urgente em nutrição, saúde, água e outros bens essenciais, como destacaram hoje aqui altos funcionários da Unicef.
Mandib O’Brien, representante da Unicef no Sudão, alertou quanto ao risco de que o sofrimento das crianças resulte em uma catástrofe geracional, porque o país enfrenta a maior crise de deslocamento infantil no mundo.
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Por sua vez, o canal pan árabe Al Mayadeen reproduziu declarações da funcionária que afirma que mais de 3,5 milhões de infantes foram obrigados a fugir de suas casas desde o início da guerra e há mais de 7,4 milhões de menores de idade que não têm acesso a água potável segura, enquanto mais de três milhões de menores de cinco anos sofrem desnutrição aguda.
O’Brien também propugnou por unir esforços para encontrar ajuda, buscar financiamento e encontrar uma solução política para a guerra no país africano.
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Desde abril de 2023, a nação africana se encontra mergulhada em uma guerra interna, após se aprofundarem as contradições por questões de poder entre o chefe do Exército, Abdel Fatah al-Burhan, e o líder das paramilitares Forças de Apoio Rápido, Mohamed Hamdan Daglo.
No Sudão, onde ocorreu um golpe de Estado militar em 2021 e outro em 2019, desencadeou-se uma guerra que matou milhares de civis, entre eles, cerca de 15 mil só na região de Darfur Ocidental, provocando o deslocamento de cerca de sete milhões de pessoas, segundo dados fornecidos pelas Nações Unidas.
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