Conteúdo da página
ToggleDurante o início da batalha Dilúvio de Al-Qasa, em 7 de outubro de 2023, o Hamas conseguiu desmantelar a cadeia de comando e controle do “exército” israelense nos primeiros minutos de uma operação diversificada que combinou ataques terrestres, aéreos e marítimos.
Todas as formações militares israelenses falharam de maneira histórica e sem precedentes ao não repelir o ataque coordenado do Hamas.
Segundo revelou uma investigação levada a cabo pelo “exército” israelense sobre os fracassos para enfrentar o início da batalha Dilúvio de Al Aqsa, o nível de preparação militar foi praticamente nulo. Aliás, o serviço de inteligência militar (Aman) falhou ao não compreender as intenções do Hamas durante anos.
De acordo com declarações de altos comandos militares israelenses ao diário Maariv, este fiasco tem dimensões históricas que requerem análise para as futuras gerações.
Um alto funcionário acrescentou que as investigações não oferecem explicações que tranquilizem. Já segundo a imprensa israelense, a maioria dos comandantes de pelotões, companhias, batalhões e três chefes de brigada morreram no início da operação.
As investigações do “exército” sionista destacaram a ausência total de preparação em todas as unidades, inclusive o colapso da inteligência militar e do serviço de segurança interna (Shabak). O informe confirmou que a divisão israelense de Gaza foi derrotada nas primeiras duas horas da operação.
Leia mais notícias sobre Gaza na seção Genocídio Palestino
De acordo com Maariv, o “exército” israelense realizou 77 investigações sobre a guerra, divididas em quatro grupos: análise do sistema do Hamas, avaliação da inteligência, tomada de decisões na noite de 6 para 7 de outubro, resposta militar israelense para repelir a operação e revisões das batalhas.
O núcleo das investigações girou em torno de duas perguntas chave: como “Israel” chegou a ser alvo de um ataque mortal sem que nenhuma de suas agências de inteligência tenha emitido uma advertência?
E, como “Israel” permitiu que a Resistência palestina crescesse e evoluísse a poucos metros das fronteiras dos assentamentos israelenses?
Perpetuar o massacre em Gaza: a verdade sobre o apoio de Netanyahu ao Hamas | Entrevista
Mais de uma década de planejamento
Neste sentido, e de acordo com as investigações militares israelenses, o ponto de inflexão que marcou o início do colapso foi a operação Guardião dos Muros em 2021, quando o Hamas começou a se dar conta de sua capacidade de derrotar “Israel”.
“O Hamas trabalhou em múltiplos níveis, focando em construir força para executar seu plano estratégico. Paralelamente, implementou uma campanha de desinformação que, segundo o “exército”, figura entre as maiores operações de engano da história militar”, acrescentou o diário sionista.
Além disso, as investigações mostraram que o Hamas esteve a ponto de executar seu plano em duas ocasiões anteriores: em outubro de 2022 e em abril de 2023, durante a festividade judaica do Pesaj. Em ambos os casos, assim como no 7 de outubro, tanto a inteligência militar como o Shabak falharam em antecipar o ataque ou dar um alerta.
O informe destacou ainda que, durante uma década, tanto os níveis militares como políticos israelenses acreditaram que o Hamas estava dissuadido e orientado para uma solução negociada. No entanto, sob a liderança de Yahya Sinwar e sua equipe, o grupo combatente desenvolvia o plano para o 7 de outubro.

As investigações descreveram “Israel” como cego em múltiplos níveis: político, militar e de inteligência.
“Não houve advertências sobre a operação, e persistiu uma brecha significativa na compreensão da realidade”, destacaram as investigações. O informe identificou pelo menos dez “sinais” ao longo dos anos que poderiam revelar o erro na percepção israelense, mas foram ignorados.
Taqyīsh: como lojas de câmbio extorquem palestinos de Gaza em meio ao genocídio
Cultura organizacional defeituosa
As investigações atribuíram esta “cegueira” a uma cultura organizacional arraigada em toda a estrutura de segurança israelense.
Tanto no “exército” como nos níveis políticos, ninguém desafiou as hierarquias superiores, o que gerou um entorno onde mesmo a informação inusual foi interpretada buscando justificativas que confirmassem as suposições prévias sobre as intenções do Hamas.
Além disso, o problema vinculou-se a uma “cultura de inteligência” defeituosa que partia do pressuposto de que “Israel” sabia, ao invés de questionar se existia uma lacuna na compreensão.
Finalmente, Maariv indicou que todos no “exército” israelense concordam em quão difíceis são as investigações e que ainda há muito para aprender e corrigir.
No entanto, cada nível de oficiais superiores considera que as pesquisas devem se elevar um grau mais, estabelecendo uma comissão oficial que examine o fracasso do 7 de outubro e todos os eventos posteriores.
“Netanyahu sacrifica vidas palestinas para salvar carreira política”, denuncia Amyra El Khalili