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ToggleA guerra de narrativas sobre o conflito russo-ucraniano ganhou novos contornos com a batalha midiática para impedir que a versão de Moscou chegue a cidadãos europeus, canadenses, estadunidenses e japoneses.
A dupla moral da garantia da liberdade de expressão e de imprensa está sendo exacerbada com o cerco midiático imposto a meios de comunicação russos. Nesta sexta-feira (4), a emissora televisiva Russia Today (RT) America, que atuava nos Estados Unidos há mais de 10 anos, encerrou suas transmissões.
De acordo com a companhia que opera a versão estadunidense da emissora, os profissionais estão sendo demitidos. “Como resultado dos imprevistos e da interrupção das operações comercias normais, a T&R Productions está cessando todo o trabalho de produção televisiva de todos os seus escritórios nos Estados Unidos”, disse a empresa, em comunicado.
O fato é reflexo da decisão tomada pela Comissão Europeia que, na última quarta-feira (2), proibiu as transmissões da RT e da agência Sputnik nos países da União Europeia. O anúncio de que isso estava sendo estudado foi dado no domingo (28) pela presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A partir do recado emitido pela União Europeia, ainda no domingo teve início o cerco midiático quando o YouTube, que pertence ao Google, suspendeu a operação dos canais digitais tanto da RT como da Sputnik na Europa.
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Meios russos estão sendo censurados no Ocidente
Já na terça-feira (1º), a DirecTV anunciou a retirada da RT America da sua grade de conteúdos. A medida se somou à implementada pela empresa finlandesa de telecomunicações Elisa e pela companhia australiana por satélite Foxtel.
Na quinta-feira (3), o serviço de streaming de músicas e podcasts Spotify anunciou o fechamento de seu escritório na Rússia e decidiu remover os conteúdos da RT e da Sputnik nos Estados Unidos e na Europa.
No mesmo dia, a Apple e o Google removeram os aplicativos nativos dos dois sites noticiosos de suas lojas. O mesmo foi feito pela Microsoft, que suspendeu todas as suas operações na Rússia.
As contas tanto de ambos os veículos foram bloqueadas no Facebook e no Instagram (ambos da empresa Meta) e na empresa chinesa TikTok em 27 países europeus, completando o cerco ocidental à versão russa dos fatos.
Por sua vez, o Twitter, fundado por Jack Dorsey, começou a marcar contas de jornalistas que, segundo a empresa, respondem ao “aparelho de informação do governo Putin”. Entre os profissionais atingidos estão o jornalista argentino Marco Teruggi e o repórter uruguaio Sergio Pintado.
Outro lado
Em resposta às ações europeias, autoridades russas restringiram, nesta sexta (4), o acesso às páginas das emissoras inglesa BBC, estadunidense RFE/RL e Deutsche Welle, alemã.
Em outra ação, o governo bloqueou o Facebook no país acusando-o de discriminar os meios de comunicação russos como a televisão Zvezda (do Ministério de Defesa), a agência Ria Novosti, a RT e os portais Lenta.ru e Gazeta.ru.
De acordo com a agência federal que fiscaliza meios de comunicação na Rússia, Roskomnadzor, as restrições impostas pelo Facebook aos meios russos “violam o princípio da livre difusão da informação e de um acesso livre do usuário à mídia russa em plataformas de internet estrangeiras”.
Enquanto isso, a agência, pediu que o YouTube bloqueie “informações políticas falsas” sobre a ação na Ucrânia. De acordo a Roskomnadzor, o YouTube estaria exibindo vídeos com propaganda pró-Ucrânia com a intenção de “desinformar a audiência russa”, distorcendo a narrativa dos acontecimentos para incitar protestos contra o país.
O órgão também pediu que o YouTube revogue a suspensão da RT e da Sputnik na Europa. A solicitação ainda não foi respondida.
Por sua vez, o canal de televisão Rain anunciou, nesta quinta-feira (4), a suspensão de suas emissões, que estavam sendo realizadas apenas pela internet.
Com informações de Excelsior, Prensa Latina, RT, Sputnik, Euronews e Terra
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