* Atualizado em 27/04/2022 às 14h45.
Enquanto o Brasil completava uma década (das duas que viveu) sob o regime da ditadura, em Portugal, o Estado Novo ditatorial instituído por Salazar (à época comandado por Marcelo Caetano) era derrubado.
A versão original foi editada em Portugal e exalta a vitória dos portugueses.
Na segunda, Chico considerou a mudança de contexto e estrutura política e fez uma nova leitura dos acontecimentos na terra de Roberto Leal.
Em vídeo, Chico Buarque de Holanda explica e esclarece sobre o porquê da existência de duas versões desta música
Confira abaixo as duas versões de Tanto Mar e uma entrevista em que Chico Buarque de Holanda explica e esclarece sobre o porquê da existência de duas versões desta música.
Confira também as letras das duas versões:
Primeira versão, censurada:
Tanto Mar, Chico Buarque de Holanda
Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente alguma flor
No teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera pá
Cá estou doente
Manda urgentemente algum cheirinho
De alecrim
Segunda versão, liberada pela censura:
Tanto Mar, Chico Buarque de Holanda
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente nalgum canto de jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente algum cheirinho de alecrim
João Baptista Pimentel Neto é jornalista da Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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