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ToggleO governo chileno decretou nesta quinta-feira (11) um “alerta vermelho” nas regiões do Biobío e da Araucanía, como resposta à onda de sabotagens e ataques incendiários que foram lançados há semanas por diversas organizações insurgentes mapuche e que, longe de diminuir, parecem ir em alta e com maior violência.
O “alerta vermelho”, segundo precisou o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, implica o envio de mais equipamento militar, particularmente blindados e helicópteros, e incrementar a mobilização de tropas para realizar mais controles e fiscalizações e ruas e estradas, mas negou que vá se aumentar o contingente de 3.000 efetivos que operam ali.
Mapuches a Boric: “Enquanto houver presos políticos e militarização, não haverá diálogo”
Também anunciou a instalação de uma segunda base militar no interior do território mapuche.
“Há outras medidas de segurança que vão ser implementadas, mas não vamos compartilhar, justamente porque são medidas que têm a ver com a segurança e que não podem ser conhecidas publicamente”, afirmou.
Durante a semana, os manifestantes cortaram uma ferrovia que é utilizada pela indústria florestal, seu principal objetivo, e continuaram incendiando maquinaria e veículos empregados por ela; atacaram à bala um veículo municipal na localidade de Victoria, um quartel policial e a residência familiar na comuna de Ercilla, do agricultor Héctor Urban, eleito conselheiro constitucional pelo ultraconservador Partido Republicano, e a caminhonete em que viajava o pai dele.
Intercontinental
Os mapuches reclamam a devolução de seus territórios ancestrais arrebatados pelo Estado chileno e a obtenção de formas de autonomia
Insurgência
A ofensiva insurgente ocorre apesar de que há um ano sem interrupção o governo de Gabriel Boric aplica um estado de exceção limitado e a presença de tropas, pelo qual a partir de setores empresariais e políticos se questiona sua efetividade e se reclama o Estados de Sítio junto a um ataque militar.
“Entendemos que muitos não se explicam que, havendo um estado de exceção, continuem produzindo-se fatos de violência. Mas isso torna a mostrar a complexidade do desafio que o Estado chileno tem para garantir a paz, quando há grupos organizados, que não estão dispostos a respeitar a institucionalidade e a vida das pessoas, e fazem uso das armas de fogo para agredir e eventualmente para assassinar”, disse Monsalve, agregando que “estamos obrigados a revisar e fortalecer todas as medidas para evitar que estes fatos ocorram”.
Os Mapuche reclamam a devolução de seus territórios ancestrais arrebatados pelo Estado chileno e a obtenção de formas de autonomia.
Aldo Anfossi | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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