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Pentágono treinou “rebeldes” da Al-Qaeda na Síria para utilizar armas químicas

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

O último bastião de manutenção terrorista na Síria, Ghouta Oriental, a leste do centro da cidade de Damasco, Duma, foi devastada por um ataque com armas químicas que deixou pelo menos 70 pessoas mortas. A maioria das vítimas é de mulheres e crianças. No entanto, como é característico e típico, a mídia hegemônica imediatamente colocou a culpa no Exército sírio pelo terrível ataque antes mesmo que investigações fossem realizadas. Suas fontes? Os capacetes brancos e o Jaish al-Islam.

Michel Chossudovsky (*), no Global Research

Em 17 de março de 2018, o ministro de Defesa da Rússia fez o seguinte informe:

“Nós temos informação confiável à nossa disposição de que instrutores dos EUA treinaram um número de grupos militantes nas proximidades da cidade At-Tanf para encenar provocações envolvendo agentes de guerra química no sul da Síria. As provocações seriam usadas como pretexto pelos Estados Unidos e seus aliados para lançar ataques contra a infraestrutura militar e governamental na Síria…”

Os meios de comunicação ocidentais refutam as suas próprias mentiras. Eles não só confirmam que o Pentágono tem vem treinando os terroristas na utilização de armas químicas como também reconhecem a existência de um não muito secreto “plano apoiado pelos EUA para lançar um ataque com armas químicas na Síria e culpar o regime de Assad” .

O Daily Mail de Londres, num artigo de 2013, confirmou a existência de um projeto anglo-americano endossado pela Casa Branca (com a assistência do Qatar) para efetuar um ataque com armas químicas na Síria e atribuir a culpa a Bashar al-Assad.

O artigo seguinte no Mail Online foi publicado e a seguir removido. Note-se o discurso contraditório: “Obama emitiu advertência ao presidente sírio Bashar al Assad”, “Casa Branca dá sinal verde a ataque com armas químicas”.

Esta reportagem no Mail Online publicada em Janeiro de 2013 foi removida a seguir.

A CNN acusa Bashar Al Assad de matar seu próprio povo enquanto reconhece também que os “rebeldes” não só possuem armas químicas como ainda — estes “terroristas moderados” filiados à Al Nusra — são treinados na utilização de armas químicas por especialistas sob contrato com o Pentágono.

Numa lógica enviesada, o mandato do Pentágono era assegurar que os rebeldes alinhados com a Al-Qaeda não adquiririam ou utilizariam Armas de Destruição em Massa (ADM), ao realmente treiná-los na utilização de armas químicas (soa contraditório):

“O treino [em armas químicas], que está a realizar-se na Jordânia e na Turquia, envolve como monitorar e proteger estoques de matérias-primas e manusear regiões e materiais com armas, de acordo com as fontes. Alguns dos empreiteiros estão no terreno na Síria trabalhando com os rebeldes para monitorar alguns dos sítios, segundo um dos responsáveis.

A nacionalidade dos treinadores não foi revelada, embora os responsáveis previnam contra a hipótese de serem todos americanos. (CNN , 09/12/2012).

A reportagem acima, da jornalista premiada Elise Labott, da CNN (relegada para o status de um blog da CNN), refuta numerosas acusações da CNN contra Bashar Al Assad.

Quem está efetuando o treino de terroristas na utilização de armas químicas? De fonte confiável: a CNN

E estes são os mesmos terroristas (treinados pelo Pentágono) que são os supostos alvos da campanha de bombardeamento antiterrorista de Washington iniciada por Obama em Agosto de 2014:

“O esquema estabelecido pelo Pentágono em 2012 consistiu em equipar e treinar rebeldes Al-Qaeda na utilização de armas químicas, com o apoio de empreiteiros militares contratados pelo Pentágono — e a seguir sustentar que o governo sírio era responsável por utilizar as ADM contra o povo sírio”.

O que está a desdobrar-se é um cenário diabólico — que é uma parte integrante do planeamento militar — nomeadamente uma situação em que terroristas da oposição aconselhados pelos empreiteiros ocidentais da defesa estão realmente na posse de armas químicas.

Isto não é um exercício de treino rebelde em não-proliferação. Enquanto o presidente Obama declara que “você será responsabilizado” se “você” (referindo-se ao governo sírio) utilizar armas químicas, o que é contemplado como parte desta operação encoberta é a posse de armas químicas pelos terroristas patrocinados pelos EUA-OTAN, nomeadamente “pelos nossos” operacionais filiados à Al-Qaeda, incluindo a Frente Al-Nusra, a qual constitui o mais eficaz grupo combatente financiado e treinado pelo ocidente, em grande parte integrado por mercenários estrangeiros. Numa distorção amarga, Jabhat al-Nusra, um “ativo de inteligência” patrocinado pelos EUA, foi colocado recentemente na lista de organizações terroristas do Departamento de Estado.

O ocidente afirma que vem para resgatar o povo sírio, cujas vidas estão alegadamente ameaçadas por Bashar al-Assad. A verdade é que a aliança militar ocidental não só está apoiando os terroristas, incluindo a Frente Al-Nusra, como também tornando disponíveis armas químicas para a sua “oposição” de forças rebeldes.

A fase seguinte deste cenário diabólico é que as armas químicas nas mãos de grupos operacionais da Al-Qaeda serão utilizadas contra civis, o que poderia potencialmente levar toda uma nação a um desastre humanitário.

A questão mais ampla é: quem é uma ameaça para o povo sírio? O governo sírio de Bashar al-Assad ou a aliança militar EUA-Otan-Israel, que está recrutando forças terroristas de “oposição”, as quais estão agora sendo treinadas na utilização de armas químicas” ( Michel Chossudovsky , 08/Maio/2013).

(*) é economista canadense, professor emérito de Economia da Universidade de Ottawa.

(**) Este artigo foi publicado a primeira vez em abril de 2017 diante das acusações lançadas contra o governo sírio a respeito do uso de armas químicas contra seu próprio povo. Em uma amarga ironia, a CNN confirma, em um relatório de 2012, que os rebeldes afiliados à Al-Qaeda foram treinados pelo Pentágono para usar armas químicas. Texto atualizado em 9 de abril de 2018 [Nota do Autor].

(***) Traduzido por Resistir.info


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
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