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Carta enviada por avô de Trump a príncipe alemão para não ser deportado choca o mundo

“Por que deveria ser deportado? Isto é muito duro para uma família. O que pensarão os nossos cidadãos se as pessoas honestas forem tratadas assim?”
Vinícius Chamlet
Pressenza
Quito

Tradução:

Um jornal alemão publicou uma carta do avô de Donald Trump rogando para autoridades alemãs que não o deportem. Friedrich recebeu uma ordem para sair da Alemanha em oito semanas. O documento traz a tona a insensibilidade e a crueldade do governo estadunidense em sua política migratória. O próprio presidente Donald Trump defende abertamente esta política de perseguição aos imigrantes, que inclui encarceramento em massa, inclusive de crianças.

Em 1885, Friedrich Drumpf – avô de Trump, foi para os EUA aos 16 anos. De forma irregular para evitar o serviço militar obrigatório. Fez fortuna com bordéis em locais onde ocorria a “corrida do ouro”.

Após ficar rico, Friedrich decidiu que era hora de voltar para a sua antiga terra natal, próximo a sua família. Em 1905 recebe a ordem judicial que o deportava para a América, ele havia perdido a cidadania alemã.

“Por que deveria ser deportado? Isto é muito duro para uma família. O que pensarão os nossos cidadãos se as pessoas honestas forem tratadas assim?” – Diz o avô de Trump.

A carta roga ao príncipe Luitpold, da Bavária, para não ser mandado de novo para os EUA.

A carta não surtiu o efeito esperado. O avô de Trump foi obrigado a regressar para os Estados Unidos.

“Por que deveria ser deportado? Isto é muito duro para uma família. O que pensarão os nossos cidadãos se as pessoas honestas forem tratadas assim?”

Pressenza
Fac símile do documento

Leia a carta na íntegra:

“Os Emigrantes”, de Friedrich Trump.

O mais poderoso Príncipe Regente! O regente e senhor mais gracioso!

Nasci em Kallstadt a 14 de Março de 1869. Os meus pais eram trabalhadores honestos e piedosos. Levaram-me estritamente a tudo o que é bom, com diligência e piedade, a frequentar a escola e a igreja regularmente, à obediência plena da autoridade.

Depois da minha confirmação em 1882, aprendi a profissão de barbeiro. Emigrei em 1885, quando fiz 16 anos. Na América, conduzi meus negócios com diligência, discrição e prudência. A bênção de Deus estava comigo, e eu fiquei rico. Tornei-me cidadão americano em 1892. Em 1902 conheci a minha mulher. Infelizmente, ela não podia tolerar o clima de Nova York, então eu voltei com minha amada família para Kallstadt.

As pessoas acolheram-me como um cidadão capaz e produtivo. Minha mãe idosa ficou feliz por ver seu filho e sua nora, assim como sua neta; ela sabe que eu cuidarei dela quando eu crescer.

Mas fomos confrontados, como se um raio atingisse, com a notícia de que o ministério do Estado Real decidiu que deveríamos deixar nossa residência no reino da Baviera. Estávamos paralisados, a nossa família sofria de uma ansiedade terrível e a minha querida filha adoeceu.

Porque havemos de ser deportados? Isto é muito, muito difícil para uma família. O que pensarão os nossos concidadãos se os assuntos honestos forem tratados assim? Já para não falar das grandes perdas materiais que sofreremos. Gostaria de voltar a ser cidadão da Baviera.

Nesta situação urgente, não tenho outro recurso senão voltar os olhos para o nosso adorado, nobre, sábio e justo senhor, nosso governante, altíssima excelência, que chorou muitas lágrimas, que governou de forma tão benéfica e justa, e docemente amado, com o mais humilde pedido para que o senhor tenha misericórdia e permita que o seu servo permaneça no reino mais gracioso da Baviera.

O seu servo mais humilde,

Friedrich Trump.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Vinícius Chamlet

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