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Em entrevista, ativista explica por que perda do medo da repressão policial foi grande conquista da greve na Colômbia

"Os jovens não se deixam intimidar pelo terror, a violência e a morte impostos pelas forças policiais no país", diz Alfonso Castillo
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Havana

Tradução:

A greve continua hoje na Colômbia e uma de suas conquistas mais importantes é que o povo perdeu o medo da repressão policial, afirmou hoje o defensor dos direitos humanos Alfonso Castillo.

Em entrevista a Prensa Latina, via Internet, Castillo comentou que o povo colombiano completa 15 dias de mobilizações, indignação e resistência nas ruas.

“Trata-se de uma explosão de repúdio às políticas neoliberais e criminosas impostas pelo governo mafioso de Iván Duque”, enfatizou.

Sua administração pretende transferir a crise econômica gerada durante os últimos anos pelas elites governantes e aguçada no contexto da pandemia da Covid-19, o que significa mais sacrifícios para o povo trabalhador que cada vez assiste a mais desemprego e precarização das políticas sociais, afirmou.

Castillo, que é também porta-voz nacional do Movimento de Vítimas de Crimes do Estado (Movice), relatou que nestas jornadas de multitudinárias mobilizações a juventude desempenha um papel protagonista.

“Os jovens não se deixam intimidar pelo terror, a violência e a morte impostos pelas forças policiais no país, que demonstram que a política do inimigo interno e a criminalização dos protestos – que são um direito constitucional – continuam na linha de frente de sua atitude militarista e inimiga da paz”, explicou.

Advertiu que, segundo as declarações de diferentes organizações internacionais de direitos humanos e do sistema das Nações Unidas, há evidências do abuso de autoridade, de excessos no controle dos protestos.

"Os jovens não se deixam intimidar pelo terror, a violência e a morte impostos pelas forças policiais no país", diz Alfonso Castillo

Andes RN
Em entrevista a Prensa Latina, via Internet, Alfonso Castillo comentou que o povo colombiano completa 15 dias de mobilizações.

Também fizeram apelos para parar com o uso de armas letais, proibidas pela própria Constituição e pelas normas na Colômbia para conter a persistência das manifestações, explicou o porta-voz do Movice.

Até o dia de hoje foram assassinadas mais de 40 pessoas, a maioria delas jovens, por parte de um aparato criminoso, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios, conhecido por todos como Esmad, denunciou.

Para Castillo a principal conquista destas mobilizações “é ter derrubado o projeto de reforma tributária e a renúncia do ministro da Fazenda Alberto Carrasquilla, uma das fichas mais importantes do partido de governo Centro Democrático”.

“Mas talvez a conquista mais consistente seja conseguir vencer o medo de enfrentar a força pública”, destacou o defensor dos direitos humanos.

Ressaltou que hoje persistem as mobilizações em muitas cidades do país e são milhares e milhares de pessoas que nas ruas exigem a retirada dos demais projetos de lei que reformam a saúde, o sistema de pensões e a proposta de reforma trabalhista que está pendente no governo de Iván Duque.

* Tradução de Ana Corbisier


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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