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Cannabrava | Brasil: aumento da população de rua é a "maravilha" do capitalismo de Guedes

Não há um centro urbano sem população marginalizada. Além disso, famílias inteiras, com crianças e idosos, são forçadas a viver nas ruas, sem proteção
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação de assessoramento ao governo, em 2020 havia 221.869 moradores de rua em todo o Brasil. Hoje, principalmente depois das paralisações promovidas pela Lava Jato e pela pandemia da Covid 19, é muito maior, mas ainda não dispomos de dados.

Maravilhas do neoliberalismo para reiterar a certeza de que o capitalismo mata. Não há hoje um centro urbano sem parte da população marginalizada, nas periferias. Além disso, famílias inteiras, com crianças e idosos, forçadas a viver nas ruas, sem a menor proteção. 70% dormem nas ruas e ainda sofrem todo tipo de discriminação.

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Em 2009 eram 32 mil, já era um absurdo. De 2012 a 2020 foi de 92.515 para os 222 assinalados, um incremento de 139%. Quantos mais terão sido cominados a ir pras ruas como consequência das paralisações e desempregos?

Na capital de São Paulo, segundo a Prefeitura, em janeiro de 2022 eram 31.884 os moradores de rua. Em 2019 eram 24.344, um incremento de 31% em dois anos. Outros 3 mil compõem a Cracolândia, a maioria vivendo também nas ruas.

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Não há um centro urbano sem população marginalizada. Além disso, famílias inteiras, com crianças e idosos, são forçadas a viver nas ruas, sem proteção

Unifesp
Brasil: aumento da população moradora nas ruas é uma das "maravilhas" do capitalismo neoliberal de Guedes

Movimento Nacional de População de Rua

Não só discriminação. Morte também. Até onde chega a maldade dessa sociedade racista, pois são manifestações explícitas de racismo. O Movimento Nacional de População de Rua, nasceu em agosto de 2004, fruto da indignação provocada pelos maus tratos infligidos a 15 pessoas e a morte de 7 em situação de rua na Praça da Sé, em frente à catedral de São Paulo.

Antes do Massacre da Praça da Sé, num 23 de julho, há 29 anos, não há como esquecer a Chacina da Candelária em que 8 crianças e adolescentes em situação de rua foram executadas a tiros pela PM

Dia 19 de agosto ficou como Dia Nacional de Luta da população em situação de rua, está para ajudar a organizar esse povo e lutar contra a invisibilidade decretada pelos poderes públicos. Rapidamente se estendeu por vários estados.

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Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), dirigido por Carmem Silva, integra mais de duas mil pessoas. Moradia não significa propriedade, significa direito. Direito a um teto com todos os recursos, direito à escola e ao emprego. Essa é a luta.

Paulo Cannabrava Filho, jornalista e editor da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1957. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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