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ToggleOs países ocidentais mais uma vez se recusam a condenar o ataque do regime genocida de Israel contra a República Islâmica do Irã, realizado nesta sexta-feira (13). Essas são ações ilegais e bárbaras do regime israelense, liderado pelo criminoso de guerra Benjamin Netanyahu, que afirma lançar essa guerra em nome do “Ocidente civilizado” contra os “muçulmanos bárbaros”.
A reação das potências ocidentais indica que não possuem qualquer compromisso com o direito internacional nem demonstram preocupação com as vidas muçulmanas — da Palestina ao Irã, passando pelo Iêmen.
Pedem que o Irã demonstre moderação, mas se negam a denunciar os atos ilegais do regime israelense. Essa postura revela o racismo islamofóbico enraizado no Ocidente. Desde que a Palestina foi despovoada e ocupada, e a entidade sionista foi criada por meios ilegais em 1948, essas guerras contra países muçulmanos têm sido incessantes.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, o governo e o povo iranianos têm sido os maiores apoiadores da luta pela libertação nacional da Palestina. Os povos do Sul Global lembram da postura de princípio adotada por Teerã ao romper, logo após a revolução, todas as relações com os regimes de apartheid da África do Sul e de Israel.
O Irã tem apoiado os movimentos de libertação palestinos politicamente, financeiramente e militarmente. Essa é a verdadeira razão por trás da guerra de Israel contra o Irã. A justificativa oficial seria o ataque às instalações nucleares iranianas, mas o real objetivo é a mudança de regime.
O Irã não representa nenhuma ameaça nuclear para Israel ou qualquer outro ente no mundo. Não possui armas nucleares, e há um decreto religioso contra sua fabricação na República Islâmica.
Israel, por outro lado, detém um arsenal nuclear. Em março de 2025, a diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, declarou ao Comitê de Inteligência do Senado que a comunidade de inteligência “continua avaliando que o Irã não está desenvolvendo uma arma nuclear e que o líder da Revolução Islâmica, aiatolá Seyed Ali Khamenei, não autorizou o programa de armas nucleares, suspenso em 2003”.
Mentiras da mídia e manipulação da opinião pública desde o Iraque
Os fatos demonstram que Netanyahu é um mentiroso contumaz, mas a mídia ocidental continua a divulgar suas inverdades. Em poucas palavras, Malcolm X descreveu o poder da imprensa:
“Os meios de comunicação são a entidade mais poderosa da Terra. Têm o poder de fazer os inocentes parecerem culpados e os culpados parecerem inocentes, e isso é poder. Porque controlam as mentes das massas.”
Como são certeiras as palavras de Malcolm X. Basta lembrar da invasão do Iraque pelos Estados Unidos e da postura vergonhosa da mídia ocidental tradicional.
Guerra, guerra, guerra, guerra, é tudo de que precisam. Lembre da música da banda WAR CRIMINALS: Netanyahu no vocal e guitarrista principal, George Bush na guitarra base, Tony Blair na bateria e voz, Donald Rumsfeld nos vocais de apoio e Colin Powell na harmonia.
A “banda” era um desastre — sempre desafinada (a verdade). Ainda assim, a mídia tradicional vendia suas mentiras como verdades absolutas e, com isso, fabricava o consentimento para uma guerra injusta e ilegal contra o Iraque.
Após os atentados de 11 de setembro nos EUA, os meios convencionais aceleraram a construção da narrativa do “terrorista muçulmano” e da “guerra contra o terrorismo”. Essa fórmula foi usada como veículo para avançar o projeto islamofóbico.
A linguagem e as imagens utilizadas eram tão repetitivas e poderosas que o “terrorista muçulmano” se tornou um arquétipo fixado no imaginário coletivo. O oriental medieval, primitivo, sujo, sedento por sangue e desejoso de impor a sharia ao Ocidente — ele com barba, ela de hijab.
O imaginário coletivo foi manipulado para aceitar esse estereótipo islamofóbico e justificar guerras ilegais. Veículos como The New York Times, BBC e CNN demonstraram ignorar os fundamentos básicos do jornalismo que um estudante aprende no curso de introdução ao jornalismo.
Em 2003, ocorreu a invasão e ocupação do Iraque pelos EUA. Uma guerra brutal que, segundo a revista The Lancet, matou aproximadamente 600 mil pessoas árabes muçulmanas e criou 3,9 milhões de refugiados.
A justificativa oficial era a existência de armas de destruição em massa e a iminência de produção de armas nucleares. Outra alegação: o regime de Saddam Hussein, antigo aliado do Ocidente, teria vínculos com a Al-Qaeda e estaria envolvido nos ataques de 11 de setembro.
A guerra ilegal se baseou em mentiras. A repetição dessas falsidades e sua disseminação pela mídia produziram o consentimento para a invasão.
Netanyahu repete a farsa: Irã como nova ameaça fabricada
O principal artífice da guerra contra o Iraque foi Netanyahu. Em 2002, ele afirmou: “Não há dúvida de que Saddam está buscando, desejando e avançando no desenvolvimento de armas nucleares”.
Hoje, o mesmo Netanyahu alega que o Irã é uma ameaça nuclear e lançou descaradamente outra guerra ilegal contra um país muçulmano.
Suas mentiras se repetem como um mantra nos meios de comunicação comerciais. Há 30 anos ele insiste que o Irã está à beira de obter uma bomba nuclear.
Os fatos? O líder da Revolução Islâmica, aiatolá Seyed Ali Khamenei, declarou que produzir armas nucleares é imoral, ilegal e contrário ao Islã.
O Irã afirma que seu programa nuclear é estritamente civil. Cumpriu os termos do Plano de Ação Conjunta (JCPOA), assinado em 2015 por EUA, Reino Unido, França, Rússia, China — os cinco integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU — e União Europeia.
Porém, foram os EUA que romperam unilateralmente o acordo pactuado. Pelo JCPOA, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) tinha acesso irrestrito às instalações nucleares iranianas, garantindo total transparência.
Em 2002, o Iraque também cumpriu a Resolução 1441 da ONU, mas os EUA foram à guerra mesmo assim, sob ordens de Israel, ignorando o direito internacional.
Mesmo segundo as agências de inteligência dos EUA, o Irã não está próximo de produzir armas nucleares — como Netanyahu quer fazer crer. Israel, por sua vez, já as possui.
Israel comete genocídio em Gaza, invadiu Líbano e Síria, ocupa ilegalmente terras palestinas, libanesas e sírias.
O regime israelense declarou abertamente querer expulsar os palestinos da Faixa de Gaza. Ainda assim, potências mundiais e grandes veículos parecem coniventes com esse Israel nuclear e beligerante.
Colapso ético da mídia e das democracias ocidentais
Era de se esperar que a imprensa questionasse a narrativa oficial dos regimes dos EUA e de Israel. Após as guerras imperialistas contra Afeganistão e Iraque, e o atual genocídio em curso na Palestina, a opinião pública não deveria mais aceitar qualquer justificativa para uma nova guerra islamofóbica contra o Irã.
A mídia ocidental não é independente, tampouco orientada por valores democráticos. Milhões de cidadãos comuns foram às ruas para protestar contra a guerra dos EUA contra o Iraque — e foram ignorados. A imprensa preferiu servir aos interesses das corporações e das elites.
Em 2002, enquanto tocava seus tambores de guerra contra o povo muçulmano do Iraque, Netanyahu declarou: “Se vocês eliminarem Saddam, o regime de Saddam, garanto que haverá repercussões extremamente positivas em toda a região”.
Repercussões positivas? Foram 600 mil mortes de civis árabes. 3,9 milhões de refugiados. O surgimento do grupo terrorista Daesh — também conhecido como Estado Islâmico —, as decapitações, o caos civil, o sangue e a destruição completa da infraestrutura iraquiana.
Esta é apenas mais uma guerra islamofóbica lançada por Netanyahu e seus aliados criminosos no Ocidente.
No Sul Global, não ouvimos a música dos criminosos de guerra. Ouvimos as palavras de Bob Marley:
“Você pode enganar algumas pessoas por algum tempo, mas não pode enganar todas as pessoas o tempo todo. Levante-se, resista, defenda seus direitos. Levante-se, resista, não desista da luta.”