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Para registrar a data de nascimento do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, a Revista e a Cinemateca Diálogos do Sul recomendam aos seus leitores que assistam ao documentário “O Poeta de Sete Faces, do diretor Paulo Thiago, uma das poucas obras audiovisuais que retratam a vida e a obra de Drummond.
critica:
“O Poeta de Sete Faces” é um documentário que aborda e ao mesmo tempo investiga e interpreta os diversos momentos da vida e obra de Carlos Drummond de Andrade. O filme teve sua estréia na 26ª Mostra BR de Cinema como parte da celebração do centenário do poeta, transcorrido em 2002.
Um ponto forte da produção é a acertada fuga do formato documental padrão, ao privilegiar um retrato lírico da trajetória de Drummond. Por essa razão, o filme transcende o mero registro factual, deixando presente a emoção da arte drummondiana que define o texto, a imagem, a música, a montagem e o desenvolvimento dramático do filme.
Paulo Thiago, conhecido por obras como Águia na Cabeça, Jorge, Um Brasileiro e Policarpo Quaresma, transmite, sem qualquer dúvida, sua imensa paixão pelo poeta, conterrâneo e ídolo.
Some-se a isso a tocante interpretação dos atores, especialmente a de Paulo José, que protagonizou Policarpo. Vê-los declamando as poesias tão singulares de Drummond é um bom exercício de exploração dos sentidos tantas vezes apagados pela rudeza do cotidiano.
O documentário pode ser visto também por suas qualidades didáticas: divide-se em três etapas que correspondem às fases distintas da obra de Drummond.
A primeira fase, “Vai Carlos, ser Gauche na Vida”, registra desde o seu nascimento em Itabira, em 1902, até o final da sua Poesia Modernista, em Belo Horizonte, antes da mudança para o Rio de Janeiro, em 1934.
É a fase da poesia com a marca do modernismo de 1922 e também da publicação dos primeiros livros: Alguma Poesia e Brejo das Almas – quando nasce o Carlos Drummond de Andrade dos versos anedóticos, sintético-metafóricos e irônicos.
A segunda fase, A Vida Apenas, Sem Mistificação, começa com a mudança de Drummond para o Rio de Janeiro e vai mostrar o “poeta do seu tempo”, o momento de atuação política na vida do escritor aliado à sua obra de crítica social.
E por fim a terceira fase, “Como Ficou Chato Ser Moderno, Agora Serei Eterno”, do início dos anos 1950 aos 1980. É o período do poeta-filósofo, do verso enigmático, do cronista de sucesso no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil, da glória literária, dos prêmios e homenagens, dos filmes adaptados de sua obra e do retorno aos temas do passado e da memória.
Sem dúvida, as qualidades artística e acadêmica da obra possivelmente podem se tornar referências para novas produções do gênero. Mesmo se não for aceito pelo público convencional, terá, indubitavelmente, muito a acrescentar às nossas escolas, que parecem ter esquecido a fascinação e o encanto da poesia.”
Ficha Técnica | |||||
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Direção | Paulo Thiago | ||||
Roteiro | Paulo Thiago | ||||
Elenco | Carlos Gregório Nildo Parente Paulo José Renato Faria Cláudio Mamberti Zezé Motta Leonardo Vieira Antônio Calloni Othon Bastos Luciana Braga Ana Beatriz Nogueira Cristina Pereira Paulo Autran Mário Chamie |
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Género | documentário | ||||
Idioma | português |