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ToggleNinguém diz, mas é fato que a força tarefa da Operação Lava Jato paralisou a manutenção e o investimento nas refinarias e também as obras de novas refinarias, como a Abreu de Lima, em Pernambuco. Isso é válido também para as usinas hidrelétricas. Paralisados, esses projetos só produzem dívidas.
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Diante da greve dos caminhoneiros, que paralisou o país por dez dias, o país começou (ou deveria ter começado) um processo de reflexão sobre os porquês de termos chegado a este ponto. Como contribuição a isso, a revista virtual Diálogos do Sul tenta, em uma série de artigos que publicaremos ao longo da semana, explicar os fenômenos que deixaram o país à beira do caos.
Leia os outros artigos da série:
Petróleo e crise política: Temer não caiu. Fortaleza dele ou fraqueza da oposição?
Quer saber de quem é a culpa pela crise dos combustíveis? Pergunte ao FHCPor que ofender os jericos? Tendo ferrovias desenvolvidas, Brasil optou por rodovias
Em 15 de maio deste ano, a Câmara de Comércio Brasil Estados Unidos concedeu o Prêmio Person of the Year 2018 ao pretor de Curitiba, juiz Sérgio Moro, que viajou para lá para ser agraciado e ainda receber uns trocados dando conferências. Velha tática da inteligência estadunidense.
Uma empresa como a Odebrecht, de dimensão global, tem cacife para conseguir recursos e tocar pra frente. Uma empresa menor, como a Andrade Gutierrez, está pedindo socorro, não consegue sair do buraco, acabará pedindo concordata. Quantos engenheiros estão hoje sem emprego? O rombo nesse setor chega a R$ 7 bilhões. E isso sem a greve que assustou todo mundo.
Já se estava quase conseguindo um equilíbrio na balança comercial do petróleo. A Petrobras já produz petróleo para o consumo interno e para exportar. O Brasil poderia tornar-se um dos grandes exportadores e competir com os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Contudo, não produz todos os derivados do petróleo, como o diesel, a gasolina etc., em quantidade suficiente para o consumo.
Mas vale registrar que nos últimos doze meses a balança comercial brasileira obteve um superávit possibilitado por safras recordes de grãos, com superávit de US$ 3,7 bilhões e a exportação de uma plataforma de petróleo para os Países Baixos por 1,5 bilhão de dólares.
Esse registro é importante, porque escancara os prejuízos causados pela Lava Jato, pois uma das fabricantes de plataforma, no Rio Grande do Sul, está praticamente falida em consequência da prolongada paralisação provocada pela força-tarefa e as demais estão demitindo trabalhadores porque o governo ilegítimo prefere comprar mais barato, ou pelo mesmo preço, da Indonésia ou outro país asiático. Dá pra entender?
Nossos custos de produção e poder de consumo é bem inferior ao deles. No México, onde o diesel era bem mais barato (quando o petróleo era dos mexicanos) agora custa US$ 0,97, bem próximo do cobrado aqui.
Ainda os caminhoneiros: Por ora resolveram. E depois?
O que sobrará para o novo governo a partir de 2019? Haverá governabilidade?
O custo para o governo do acordo firmado pelo ilegítimo Michel Temer para finalizar a greve dos caminhoneiros, considerando as reduções e os subsídios, será de cerca de R$ 5 bilhões.
O Preço é calculado levando em conta o custo de produção mais o custo de distribuição. Sobre esse custo é adicionado o imposto e, na bomba, a remuneração do posto. O ICMS é o que mais pesa no valor final: taxa média de 28% para a gasolina e 14% para o diesel. Tem um projeto no Congresso, de Romero Jucá (MDB – RR), para tabelar em 18% para a gasolina e 7% para o diesel. Com que critério? Ninguém explica.
Parece até brincadeira. O Tesouro perde, para dar um só exemplo, R$ 15 bilhões por dádivas às empresas e pessoas físicas que devem ao Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (Funrural).
A bancada ruralista queria 100% de isenção de multa e perdão da dívida. Negociaram, o governo cedeu para que os débitos, com desconto, sejam pagos em até 176 prestações e livre de multa. É a força da bancada ruralista. Como o povo está inerte e não sabe das coisas: imposto nele. Imposto na folha de pagamento, nos produtos da cesta básica, no combustível, na passagem do ônibus que se abastece do combustível…. etc., etc..
*Jornalista, editor de Diálogos do Sul