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Primeiro Fórum Social Mundial das Economias Transformadoras virtual acontecerá em julho

Encontro tem por objetivo aproximar momentos sociais e iniciativas que compartilham a vontade de pôr no centro da economia as pessoas e o meio ambiente
REAS
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

De 25 de junho a 1º de julho acontecerá o primeiro Fórum Social Mundial de Economias Transformadoras, encontro virtual que busca articular uma agenda comum das economias transformadoras em um momento chave de questionamento do atual modelo econômico. 

No dia 25 de junho terá lugar o primeiro Fórum Social Mundial das Economias Transformadoras (FSMET), encontro que tem por objetivo aproximar momentos sociais e iniciativas que compartilham a vontade de pôr no centro da economia as pessoas e o meio ambiente e acabar com a economia baseada na extração, no crescimento, na competitividade e no mercado. Busca-se assim gerar um marco de confluência daquelas economia que lutem por caminhar para sociedade resilientes e colaborativas, para construir e reforçar alianças e ações estratégicas conjuntas.

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Temos comprovado de maneira clara desde os primeiros dias da pandemia, as carências do mundo prévio à Covid-19 em temas tão essenciais e diversos como acesso a uma moradia, alimentação, assistência sanitária, apoio ao desemprego, cuidado de coletivos vulneráveis e outros âmbitos essenciais para a vida que não estão sendo adequadamente cobertos no modelo atual e para os que as Economias Transformadoras têm propostas alternativas e reais. 

Encontro tem por objetivo aproximar momentos sociais e iniciativas que compartilham a vontade de pôr no centro da economia as pessoas e o meio ambiente

Jornal Mapa
No dia 25 de junho terá lugar o primeiro Fórum Social Mundial das Economias Transformadoras (FSMET).

Este processo de confluência em torno ao FSMET, impulsionado por dezenas de organizações de todo o mundo, está sendo forjado há dois anos, sendo destacável nesse processo o Primeiro Encontro Internacional que aconteceu em Barcelona, em abril de 2019. Nesse encontro foi explorado o terreno de cada uma das economias transformadoras reunidas (economia social e solidária, economias feministas, movimento agroecológico e pela soberania alimentar e o movimento pelos comuns) e foram estabelecidos os primeiros vínculos e confluências, acordando-se as linhas estratégicas comuns para incluir novos agentes e realidades, como os do movimento pela justiça climática ou os coletivos de migrantes, e dotar-se de um sistema de governança e metodologias para garantir a autonomia do processo, parte do DNA das economias transformadoras. A partir desta base comum, conclui agora um ano de trabalho e articulação no nível mundial que teve que adaptar-se forçosamente a um cenário mundial de pandemia, convertendo-se ao formato virtual e incorporando as previsões derivadas da difícil situação econômica do cenário pós-crise da Covid-19 e as alternativas a ela de forma transformadora. 

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Neste marco, o Fórum conta com um amplo e rico programa, cuja abertura contará com figuras de referência destes movimentos no nível mundial como: Mihel Bauwens, diretor da Fundação P2P e da pesquisa de CommonsTransition.org; Marta Guadalupe Rivera Ferre, diretora da Cátedra de Agroecologia e Sistemas Alimentares da Universidade de VIC-UCC e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) das Nações Unidas; Euclides Mance, um dos principais teóricos da economia solidária e da Economia de Libertação na América Latina e cofundador do Instituto de Filosofia da Libertação e da rede Solidarius; Ashish Kotari, coordenador do fórum Vikalp Sangam (Confluência de Alternativas) e impulsionador do Tapiz Mundial de Alternativas; Geneviève Azam, economista francesa, ativista do meio ambiente de alter- mundialização  dentro da organização Attac France e coautora de um “Manifesto de Convivialidade”.

Após esse ato, terá lugar uma semana de mesas abertas, reuniões de confluência, seminários e painéis expositivos diversos em suas temáticas e abordagens, mas com um cenário comum: promover uma transformação radical da organização econômica e social com o objetivo comum de enfrentar as crises presentes e futuras causadas pelo sistema socioeconômico vigente, de uma perspectiva mais territorializada, que ponha a vida no centro, com uma preocupação pela justiça social e a vigilância ecológica apoiada por uma democracia renovada. 

Estes trabalhos terão continuidade de cara a uma segunda celebração do FSMET2020 em outubro de 2020, encontro que além do componente virtual poderia ser de caráter físico se a situação permitir, e que quer assim confluir com a celebração da FESC (Feira de Economia Solidária da Catalunha) que nos últimos anos tem congregado em Barcelona umas 15.000 pessoas. Para dar suporte a estes novos trabalhos continuará ativa a ferramenta virtual www.forum.transformadora.org, espaço de referência para seguir nutrindo o processo de articulação e confluência mundial. 

No marco da titânica tarefa de reconstrução social que temos pela frente à saída do confinamento, o FSMET aspira a se transformar em um processo mais amplo que desborde os eixos e ações transformadoras já contempladas e inclua o impacto da crise civilizatória acelerada pela Covid-19 no centro de sus reflexão e proposta. As Economias Transformadoras de todo o mundo perseguem com isso uma transformação radical da organização econômica e social para enfrentar de maneira definitiva as crises causadas pelo sistema socioeconômico vigente. Este modelo econômico que busca pôr a vida no centro e que aspira a justiça social, a vigilância ecológica e uma democracia renovada, só se pode conseguir desde uma perspectiva territorializada, unindo forças e inteligências, iniciativas e ideias, audácia e sabedoria, em um contexto pós-crise da Covid-19 no qual estas propostas são mais necessárias que nunca. 

 

REAS – Rede de Redes de Economia Alternativa e Solidária


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
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