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Após furacão Trump, governo Biden festeja retomada do diálogo econômico com México

Esforço marca uma mudança na relação que em lugar de ameaçar ou empregar ações punitivas, se busca trabalhar de maneira construtiva e colaborativa.
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

O governo de Joe Biden festejou a retomada do Diálogo Econômico de Alto Nível com o México, suspenso durante os últimos quatro anos, e com o qual buscam restabelecer um mecanismo para promover a cooperação e a busca de soluções para problemas mútuos, marcando uma mudança no manejo da relação bilateral. 

A vice-presidenta Kamala Harris, que deu as boas-vindas às delegações bilaterais, afirmou no início da sessão que “o México é nosso vizinho mais próximo” e sublinhou que “a estabilidade econômica do México está no interesse dos Estados Unidos”, apontando que “18 estados nos Estados Unidos contam com o México como seu primeiro ou segundo destino de exportações… Um bilhão de dólares cruza a nossa fronteira compartilhada a cada dia”.

Harris definiu que o diálogo de alto nível “é uma oportunidade para aprofundar nossos vínculos e avançar em nossas metas coletivas. Juntos fortaleceremos a resiliência de nossas cadeias de fornecimento, juntos modernizaremos nossa infraestrutura hemisférica”, prognosticou.  

Sublinhando que esta primeira reunião para retomar o Diálogo Econômico de Alto Nível (DEAN) cumpre com o compromisso alcançado pelos presidentes Andrés Manuel López Obrador e Joe Biden em março; a Casa Branca afirmou que este mecanismo oferece uma “plataforma estratégica para que os Estados Unidos e o México promovam as prioridades econômicas e sociais” ao nutrir a prosperidade regional, ampliar a geração de emprego e reduzir a desigualdade e a pobreza em todas as suas dimensões”.

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A secretária de Comércio, Gina Raimondo, enfatizou que “quanto mais nossos dois países se convertam em mercado sem ranhuras, mais competitivos seremos globalmente” e agregou que o DEAN será “complementar ao Tratado México-Estados Unidos-Canadá ao ajudar a criar as condições corretas para fazer ainda mais forte nossa integração econômica”. 

O secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que este esforço busca gerar “oportunidades econômicas para nossas cidadãos mais vulneráveis e nossas regiões menos atendidas… e investir em nosso povos para que tenham a educação e a capacitação que necessitam para competir no século 21”.

Não foram anunciados avanços na solução de disputas econômicas nem conquistas além da lista de intenções positivas. Os funcionários estadunidenses projetaram a retomada deste mecanismo como o avanço mais importante conseguido hoje.  

Esforço marca uma mudança na relação que em lugar de ameaçar ou empregar ações punitivas, se busca trabalhar de maneira construtiva e colaborativa.

TLC Magazine México
Diálogo de alto nível “é uma oportunidade para aprofundar vínculos"

Recuperação de espaços

Um alto funcionário do governo de Biden, em uma teleconferência com jornalistas na quarta-feira, enfatizou que o mais importante dessa reunião é que marcava o início para recuperar um espaço “onde áreas de desacordos podem ser abordadas de uma maneira colaborativa e desde uma reserva de boa fé” em torno aos tema econômicos complexos que definem a relação bilateral.

Sugeriu que este esforço já marca uma mudança na relação de Washington com o México, e que “em lugar de ameaçar ou empregar ações punitivas, estamos buscando trabalhar de maneira construtiva e colaborativa com eles”. 

Recordou que o DEAN foi inicialmente impulsionado por Biden em uma visita ao México em 2013, quando era vice-presidente.

Quatro pilares

A delegação estadunidense sublinhou o objetivo de continuar com o trabalho sobre os quatro pilares identificados para a agenda de Trabalho do Diálogo, incluindo buscar mecanismos de investimento em comunidade nos sul do México e da América Central para frear os fluxos migratórios, um dos assuntos políticos de maior prioridade para o governo de Biden nesta conjuntura. 

Em torno a esse tema, segundo os comunicados emitidos hoje pela Casa Branca, se propõe outorgar “assistência estratégica para abordar as causas da migração” por meio de programas conjuntos de desenvolvimento que serão encabeçados pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) e a Agência Mexicana de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Ambos os governos têm a intenção de colaborar em um novo programa com agricultores no sul do México para promover desenvolvimento sustentável. 

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Por ora, a Casa Branca não fez nenhum comentários sobre a carta do presidente López Obrador a Joe Biden entregada hoje.

Competitividade global

A secretária de Comércio, Gina Raimondo, enfatizou que “quanto mais nossos dois países se convertam em mercado sem ranhuras, mais competitivos seremos globalmente” e agregou que o DEAN será “complementar ao Tratado México-Estados Unidos-Canadá ao ajudar a criar as condições corretas para fazer ainda mais forte nossa integração econômica”. 

O secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que este esforço busca gerar “oportunidades econômicas para nossas cidadãos mais vulneráveis e nossas regiões menos atendidas… e investir em nosso povos para que tenham a educação e a capacitação que necessitam para competir no século 21”.

Não foram anunciados avanços na solução de disputas econômicas nem conquistas além da lista de intenções positivas. Os funcionários estadunidenses projetaram a retomada deste mecanismo como o avanço mais importante conseguido hoje.  

David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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