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Toggle“Compre quando há sangue nas ruas” é um ditado de Wall Street com o qual uma fonte de La Jornada em um dos maiores bancos do setor nos explica a recente baixa na Bolsa de Valores que é atribuída a “preocupações” por uma possível guerra na Ucrânia.
Pois as guerras não são um bom negócio? Explica que no caminho para um conflito armado os mercado financeiros tendem a “se preocupar”, causando uma baixa, mas ao explodir uma guerra, isto costuma levar a uma alta dos valores – por isso o ditado. Segundo alguns a citação é atribuída ao Barão Rothschild no século 18 o qual fez uma fortuna durante o pânico da Batalha de Waterloo contra Napoleão. A citação completa, segundo outros, foi “compre quando há sangue nas ruas, inclusive se esse sangue é seu”.
Das isenções a confusão da classe média: por que ricos não pagam impostos no Brasil?
Para uns poucos, guerras, pandemias, crises sociais e econômicas e troca de governo por eleições dentro das regras do sistema não só não interrompem seu grande jogo de negócios, mas sim oferecem ainda mais oportunidades para lucrar.
Não é que todos os mega ricos estejam de acordo em tudo, mas há um consenso no mais fundamental que vem desde as origens deste país. James Madison, como costuma recordar Chomsky, estabeleceu durante a Convenção Constitucional dos Estados Unidos que a responsabilidade primordial do novo governo era “proteger a minoria da opulência contra a maioria”.
Madison, uma década depois, assombrado pela avareza e abuso desses ricos, arrependeu-se um pouco, denunciando que se comportavam como “os instrumentos e tiranos do governo”. Isso, segundo Chomsky, é tão atual hoje como foi então.
ElonMuskCore – Wikimedia Commons
A riqueza dos 10 homens mais ricos do mundo duplicou durante a pandemia
Guerra de classes
Em 2006, Warren Buffett, entre os 10 homens mais ricos do país, causou um terremoto quando se atreveu a expressar uma verdade ao comentar ao New York Times que “claro que há uma guerra de classes, mas é minha classe, a classe rica, que está fazendo essa guerra, e estamos ganhando”.
Tudo continua indicando que não só estão ganhando essa guerra, mas ganhando mais grana do que nunca.
Super-ricos: 42 brasileiros lucraram mais do que todo custo do auxílio emergencial na pandemia
A riqueza dos 10 homens mais ricos do mundo duplicou durante a pandemia, entre eles os estadunidenses Elon Musk, Jeff Bezos, Bill Gates, Larry Ellison, Mark Zuckerberg e Buffett, reportou a Oxfam. Sua riqueza coletiva se elevou de 700 bilhões de dólares a $1.5 trilhões de dólares (cifra superior ao PIB anual do México).
Para ganhar 1.5 trilhões de dólares, uma pessoa teria que ganhar um milhão de dólares ao dia por 1,5 milhões de dias, ou seja, 4 mil anos.
Nos Estados Unidos, a riqueza combinada dos pouco mais de 700 multimilionários incrementou-se 70% durante a pandemia (entre março de 2020 e outubro de 2021) para ascender a mais de 5 trilhões de dólares, segundo uma análise do Institute for Policy Studies.
Não surpreende que a cidade de Rotterdam esteja disposta a desmantelar uma ponte histórica para permitir que passe um novo super iate de Jeff Bezos, ou que essa indústria teve seu melhor ano em 2021, ou que Rolls-Royce reportou vendas sem precedentes em sua existência de 117 anos, incluindo modelos que custam entre 300 mil e 455 mil dólares.
“Há muitas, mas muito boas notícias para a classe multimilionária: hoje, vocês são donos de mais ingresso e riqueza, em porcentagem, que em qualquer momento na história dos Estados Unidos. Parabéns! Como resultado de uma transferência massiva de riqueza da classe trabalhadora ao 1% mais rico ao longo dos últimos 50 anos, 0,1% mais rico agora tem mais riqueza que 92% da população…
Talvez o momento esteja chegando quando deveríamos…felicitar a classe multimilionários por levar este país para a forma oligárquica de sociedade que tanto desejou” declarou Bernie Sanders no plenário do Senado na semana passada.
Alguns destes dados sobre os mais ricos e suas vidas de ultra luxo, levam a pensar, provocou Stephen Colbert, em algo assim como “construamos uma guilhotina”.
Joel Grey/Lisa Minnelli. Money (de Cabaret).
David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York
Tradução Beatriz Cannabrava
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