O diretor do Instituto de Investigação Digital do Banco Popular da China, Mu Changchun, revelou, no última dia 1, novos detalhes sobre o mBridge, o maior projeto transfronteiriço de Moeda Digital de Banco Central (CBDC). Seus comentários ocorreram no marco da FinTech Week, realizada de 31 de outubro a 4 de novembro, em Hong Kong.
O especialista explicou que se trata de uma plataforma que tem como objetivo permitir a participação de bancos centrais de outros países, independentemente de já terem criado ou não sua própria CBDC. Desse modo, o mBridge poderia tornar desnecessário o uso do dólar, como informa o South China Morning Post.
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“Também pode adotar os sistemas de pagamento tradicionais, já existentes, como a liquidação bruta em tempo real (RTGS) ou o sistema de pagamento rápido (FPS), de maneira que os bancos centrais ou as autoridades monetárias possam emitir sua própria CBDC em mBridge, ainda sem estabelecer uma moeda própria desse tipo”, informou Mu.
“Assim, por exemplo, as CBDC de mBridge podem ser emitidas com a mesma quantidade de recursos deduzidos das contas bancárias ou contas de reserva correspondentes no sistema RTGS”, esclareceu.
Mu afirmou que, apesar da tecnologia de Contabilidade Distribuída (DLT, na sigla em inglês) – que permite registrar as transações de ativos e armazenar os dados de negócios em múltiplos lugares ao mesmo tempo – “não ser tão perfeita para um sistema de pagamento“, também demonstrou trazer benefícios quando há “tantas partes envolvidas”.
Quando se trata de resolver problemas tão heterogêneos ou de confiança, “uma DLT é perfeita para a autogestão ou a gestão autônoma”, assegurou.
Rússia Today
Objetivo do projeto experimental consiste, para Pequim, em criar uma possível via para impulsionar a internacionalização do yuan
O que é mBridge e para que foi criado?
O mBridge é uma criação conjunta do Banco Popular da China, da Autoridade Monetária de Hong Kong, do Banco da Tailândia, do Banco Central dos Emirados Árabes Unidos e do Centro de Inovação do Banco de Pagamentos Internacionais em seu Centro de Hong Kong.
O objetivo deste projeto experimental consiste, para Pequim, em criar uma possível via para impulsionar a internacionalização do yuan e, ao mesmo tempo, manter um rígido controle sobre sua moeda nacional. De fato, trata-se de desenvolver o uso em grande escala da tecnologia ‘blockchain’ para resolver pagamentos internacionais.
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De acordo com um comunicado de imprensa sobre o projeto, durante seis semanas o mBridge foi submetido a testes com transações em valor real.
Assim, entre 15 de agosto e 23 de setembro deste ano, 20 bancos comerciais da Região Administrativa Especial de Hong Kong, a China continental, os Emirados Árabes Unidos e a Tailândia realizaram diversas operações de pagamento de mais de 22 milhões de dólares em nome de seus clientes corporativos, utilizando a CBDC.
Os resultados revelaram uma série de aspectos políticos, legais e de regulamentação da plataforma, assim como propuseram complexas questões jurídicas que dependem das normas e regulamentos existentes em cada país participante. Tudo isso requer mais desenvolvimento e estudo dos fatores políticos, de privacidade dos dados e de gestão.
Redação | Rússia Today
Tradução: Ana Corbisier.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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