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Ele faz o dólar dele: Guedes desvaloriza real e lucra R$ 50 mi em paraíso fiscal no Caribe

A offshore de Paulo Guedes, revelada pela Pandora Papers, foi fruto da desvalorização do real implementada pelo Ministro da Economia
Edu Andrade
Esquerda Diário
São Paulo (SP)

Tradução:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém uma empresa offshore em um paraíso fiscal com US$ 9,55 milhões – mais de R$ 50 milhões com a conversão de moeda. Em 2014, Guedes criou uma offshore chamada Dreadnoughts International nas Ilhas Virgens Britânicas, um conhecido paraíso fiscal do Caribe.

É o que mostra um projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que teve acesso a 11,9 milhões de documentos sobre companhias sediadas em paraísos fiscais. No Brasil, a investigação batizada como Pandora Papers foi feita pela Revista Piauí, pela Agência Pública e pelos sites Poder360 e Metrópoles.

As offshores são um recurso utilizado pelos super ricos para fugir do pagamento de impostos, por meio da criação de empresas de fachada sediadas em paraísos fiscais com o intuito de ocultar seu patrimônio e lavar dinheiro adquirido de forma ilícita.

A offshore de Paulo Guedes, revelada pela Pandora Papers, foi fruto da desvalorização do real implementada pelo Ministro da Economia

Montagem Diálogos do Sul
Paulo Guedes mantinha dinheiro em paraíso fiscal enquanto sua economia no Brasil desmorona

O uso desse recurso expõe um flagrante conflito de interesse por parte do ministro. Enquanto Guedes criticou que o dólar barato permitiu até que empregadas domésticas fossem para Disney, vemos agora quem se beneficiou da disparada do dólar, através dessas contas mantidas fora do país. Quando Guedes assumiu o Ministério da Economia, em janeiro de 2019, os US$ 9,55 milhões depositados nas Ilhas Virgens Britânicas valiam quase R$ 37 milhões. Hoje equivalem a R$ 51,5 milhões, uma diferença de R$ 14,5 milhões, ou de R$ 9 milhões, se descontada a inflação pelo IPCA no período.

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Outro exemplo de conflito de interesses citado pela piauí está na proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso Federal. Inicialmente, o projeto previa a taxação de ganhos de capital no exterior, mas essa medida acabou derrubada. Além disso, a proposta do governo prevê a redução da tributação sobre a repatriação de recursos, que hoje varia de 15% a 27,5%, para 6%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também tinha uma offshore, mas no Panamá, com capital de US$ 1,09 milhão (cerca de R$ 5,8 milhões) . Chefe do BC desde fevereiro de 2019, Campos Neto fechou a offshore apenas no segundo semestre de 2020. Além disso, manteve entre 2007 e 2016 uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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