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Partidos do campo democrático devem se unir para eleição ao governo do RS, pede manifesto

Ideia era colher assinatura de cerca de 30 pessoas das áreas cultural, acadêmica e da mídia, mas após "vazamento”, documento tem quase 400 apoiadores
Luciano Velleda
Sul 21
Porto Alegre (RS)

Tradução:

“O Brasil morre no final?”

Como se fosse um filme ou seriado, a pergunta tem sido feito em conversas no meio científico, conforme contou a cientista Márcia Barbosa durante o lançamento do “Manifesto pela união dos partidos do campo democrático popular no RS”. O documento, divulgado nesta terça-feira (14), faz um apelo para que os partidos de esquerda e centro-esquerda do Rio Grande do Sul não se dividam em diferentes candidaturas na eleição de outubro e criem, unidos, uma possibilidade real de vitória na disputa ao Palácio Piratini.

Márcia ressaltou que o governo de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados estão não apenas destruindo instituições públicas, mas também fazendo com que boas cabeças brasileiras optem por deixar o País, comprometendo a possibilidade de um futuro melhor. A cientista lembrou que a história mostra como outras nações conseguiram aproveitar momentos de grave crise e transformar em oportunidade de renascimento. Para isso, a união de diferentes atores políticos e sociais foi fundamental.

A cientista disse que esse é o caminho que o “Manifesto pela união dos partidos do campo democrático popular no RS” tenta apontar, ao dizer que só será possível transformar a atual crise brasileira em desenvolvimento se for possível deixar, “por um instante”, as ambições pessoais de lado e trabalhar pelo bem coletivo.

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Em analogia ao processo do Vaticano de escolha do papa, Márcia comentou que o ideal seria os candidatos do campo progressista se fecharem numa sala, com pão e água, e só saírem dela quando houvesse a escolha de um único candidato, a “fumaça branca”. O nome seria o menos importante, desde que se comprometesse com a democracia, a cultura, a defesa do meio ambiente e os direitos humanos, a educação e a ciência.

Ideia era colher assinatura de cerca de 30 pessoas das áreas cultural, acadêmica e da mídia, mas após "vazamento”, documento tem quase 400 apoiadores

Foto: Guilherme Santos/Sul21
“Loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”

Durante o lançamento, o cientista político e professor aposentado da UFRGS Benedito Tadeu César, contou que o manifesto nasceu numa conversa informal devido à preocupação com a situação sócio-econômica do Brasil e a certeza de “caos” que representará a reeleição de Bolsonaro. O cenário é agravado pela constatação de desunião dos partidos progressistas do RS.

Inicialmente, a ideia era colher a assinatura de cerca de 30 pessoas, entre membros da área cultural, acadêmica e da mídia. Com o “vazamento” do manifesto, a iniciativa rapidamente ganhou adeptos e agora tem quase 400 assinaturas na plataforma Avaaz. “Começou a haver um movimento de adesão, e 40 nomes se tornaram centenas”, disse Benedito.

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O documento inicia com a famosa frase de autor desconhecido: “Loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.

Na live de lançamento do manifesto, o cineasta Jorge Furtado demonstrou incredulidade ao reconhecer ser preciso, em 2022, criar um movimento para defender a democracia, a ciência, a cultura, a educação e a diversidade. “Que isso tenha virado pautas de esquerda… é incrível que tenhamos chegado nesse ponto. São pautas que deveriam ser de todos, mas não são.”

Chegou o momento da construção de uma Frente Nacional, Popular e Democrática

Furtado destacou que Bolsonaro cumpriu à risca a promessa de desmantelar a cultura, o apoio à ciência, a entrega da Amazônia para grupos criminosos, entre outras ações de sucateamento de órgãos públicos.

O cineasta afirmou ser preciso superar “pequenas divergências” em nome da defesa da democracia. “A gente apela ao bom senso dos partidos do campo popular para que eles se unam e pensem mais no bem comum do que nos seus planos de poder, que são momentâneos. Vamos defender a democracia agora, ela está em perigo.”

A cientista Márcia Barbosa reforçou o apelo. Disse ser preciso pensar no futuro do Brasil, pensar no futuro do Rio Grande do Sul, caso contrário, “o Brasil morre no final”.

Luciano Velleda | Sul 21


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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