De repente parece que é possível que se esteja testemunhando a queda da Casa Trump. Talvez porque se acumularam demasiados exemplos de corrupção, enganos e mentiras, demasiadas suspeitas e queixas de corrupção, e demasiadas mortes pela inépcia no manejo da pior crise de saúde pública em um século (é até agora o 4º episódio mais grave de perda de vidas na história do país).
“Já acabou? Aqui está o que todos em Washington estão pensando mas não desejam dizer em voz alta: o Presidente Donald Trump vai perder esta eleição”, atreveu-se a reportar The Politic na semana passado, mostrando as pesquisas recentes e republicanos alarmados. Recordou que nada é seguro, mas que tudo indica esse resultado.
White House
Há sinais de que alguns líderes republicanos estão começando a tomar distância de seu chefe, Donald Trump.
Junto com o manejo criminoso da pandemia, a corrupção e talvez demasiadas histórias de enganos e perversões estão danificando a marca Trump. Só nos últimos dias e semanas foram revelados ainda mais atos corruptos do clã na Casa Branca. O New York Times, além de revelar que Trump evitou o pagamento de impostos federais, também descobriu uma dívida pessoal de mais de 400 milhões a não se sabe quem, uma transferência possivelmente ilegal de fundos para sua campanha e que sua empresa lucrou com o que o Times chamou de “um sistema direto de tráfico de influências presidenciais sem rival na política estadunidense”. O que Trump denunciava como “o pântano de Washington” só foi substituído por seu próprio pântano.
Muitos suspeitam que o presidente parece estar cada vez mais desesperado e até histérico nesta reta final da eleição porque sabe que se perder, sem imunidade, está dentro das possibilidade de ser o primeiro presidente a ser encarcerado depois de concluir seu período como resultado das investigações guiadas por esta regra simples: “follow the money”.
Mais ainda, a imagem da Casa Trump está se deteriorando cada vez mais, com novas revelações que poderiam acelerar sua possível queda – não porque sejam surpreendentes, mas se agregam a tantas anteriores.
Em gravações da primeira dama recém reveladas, Melania rechaçou críticas dos meios pela política de seu esposo de separar famílias imigrantes e argumentou que essas famílias seguem um roteiro para obter o asilo. Em outras declarações gravadas ela se queixa que a revista Vogue estaria para pôr na capa a atriz de pornografia Stormy Daniels, à qual Trump pagou para guardar silêncio , referindo-se a ela como a “puta de pornô” (Daniles respondeu às novas revelações da semana passada com uma mensagem a Melania: “embora não tenham me pagado por sexo e tecnicamente não sou uma “puta”, você vendeu sua xoxota e sua alma”). Por outro lado, resulta que Kimberly Guilfoyle, a noiva do filho de Trump, Don Jr., que foi selecionada pelo presidente para ser uma das mulheres de destaque em sua campanha, para ajudá-lo com o voto feminino, foi despedida de seu emprego como apresentadora da Fax News em 2018 depois de ser acusada de fustigamento sexual contra mulheres que trabalhavam sob sua direção, inclusive instando a que tivessem sexo dom homens poderosos, revelou The New Yorker.
Há sinais de que alguns líderes republicanos estão começando a tomar distância de seu chefe, algo impensável há algumas poucas semanas, depois de justificar e defender as múltiplas violações do mandatário durante os últimos quatro anos, levando alguns a comentar sobre isso de como os ratos abandonam um barco quando começa a afundar.
Mas ainda é possível que isto acabe como esses filmes de horror em que sempre, ao final (e sobretudo se de repente for parte de uma série) reaparece o monstro ou o malvado, com um sorriso arrepiante como o de Jack Nicholson em The Shining (O Iluminado), dizendo “já voltei”. Será difícil dormir durante as próximas semanas.
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Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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