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Comitê Inter-Religioso lança ‘chamado à ação’ em defesa de Haddad e Manuela

Redação Sul 21
Sul 21

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O Comitê Inter-Religioso, formado por lideranças e praticantes de diferentes tradições espirituais, reuniu-se na tarde desta segunda-feira (15), no auditório do CPERS/Sindicato, em Porto Alegre, onde lançou um “Chamado à Ação” em defesa da candidatura de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, entendendo que ela representa a única alternativa no atual cenário que garante as liberdades democráticas, o respeito às diferenças e a garantia de existência das minorias.

Reprodução Sul21 / Divulgação
Representantes de diversas tradições religiosas fizeram chamado a intensificar ações na reta final da campanha. (Divulgação)

O Comitê, que conta com a participação de religiosos católicos, protestantes, budistas, espiritualistas, esotéricos, representantes de povos tradicionais de matriz africana, judeus, muçulmanos e, até mesmo, de ateus, debateu o cenário que se projeta para a votação do segundo turno, reforçando a compreensão da necessidade de oferecer resistência frente ao fascismo, fomentando a fraternidade e a cultura da não-violência.

Para a pastora luterana Cibele Kuss, uma das mobilizadoras do grupo, a reunião serviu para renovação dos compromissos em defesa da justiça social e da democracia. “A espiritualidade tem uma forte dimensão política, porque se compromete e afirma a dignidade humana, os direitos de todas as pessoas, a importância de cuidar dos recursos naturais e de conviver na cultura da não-violência”. A orientação nessa perspectiva é a mobilização de comunidades religiosas visando fortalecer a cultura da não-violência que dialoga com um projeto político (Haddad/Manuela) enquanto a afirmação da violência dialoga com a outra candidatura.

O deputado estadual reeleito Edegar Pretto (PT) também participou da reunião e reafirmou os compromissos firmados pela coordenação da campanha de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila com as posições propostas pelo Comitê Inter-Religioso. Para Pretto a criação do comitê deve ser saudada, pois seguirá representando – para além do processo eleitoral – “uma reflexão permanente e de resistência em qualquer cenário”, frisando a importância do exemplo manifesto pelos diferentes campos do sagrado que deixam suas eventuais divergências de lado para sentar juntos e debater as pautas comuns que congregam seus anseios.

Ao final da reunião, as lideranças religiosas aprovaram uma carta que expressa as motivações e reafirma a posição do Comitê em relação à eleição presidencial e ao futuro governo. No texto desafiam suas comunidades a permanecer em vigília e fortalecer a espiritualidade coletiva e popular, organizando-se nas casas, templos, igrejas, terreiros, mesquitas, sinagogas, centros espíritas, bairros e comunidades para conversar sobre os impactos causados pelo racismo, machismo, xenofobia, práticas fascistas, ódio às mulheres e LGBTfobia que tem se manifestado neste período eleitoral.

Além disso, desafiam a atuação nas comunidades religiosas, organizações sociais, movimentos populares para a formação de uma cultura democrática em contraposição à cultura da violência e do ódio, bem como reforçam a importância da revogação das reformas trabalhistas e do teto de gastos, a contrariedade frente a reforma da previdência e o apoio às reformas política e tributária. E alertam para a necessidade de garantir conquistas como emprego, saúde e educação, também renovando o compromisso com a laicidade do estado e contra toda e qualquer forma de intolerância religiosa. “Em nossas comunidades dialoguemos sobre a proteção das famílias a partir do afeto e do amor sem as hierarquias familiares propagadoras de violência doméstica”, expressa o documento, que ainda alerta:

“Em um país religioso como o Brasil, não devemos ser porta-vozes nem do ódio e nem do medo, mas do amor e da esperança”. O Comitê Inter-Religioso relembra aos seus participantes o papel que lhes cabe como anunciadores e anunciadoras da paz, do diálogo, da solidariedade, da justiça, da cultura do encontro. O texto destaca ainda que nenhum candidato ou governo pode se pronunciar em nome de Deus. “Quem se apropria do nome de Deus, de Jesus e da Bíblia para disseminar o ódio e atacar os direitos sociais está desrespeitando a democracia e promovendo a violência”, aponta a carta, por fim reafirmando a firmeza e destemor para que cada um e cada uma arregace suas mangas para fazer triunfar a esperança de dias melhores para todo o povo brasileiro.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação Sul 21

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