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Claúdio Di Mauro | Nas eleições municipais, você decide o caminho que o Brasil deve seguir

A crise atual só será superada com a eleição de políticos comprometidos com a justiça social, a defesa do meio ambiente e do Estado Democrático de Direito
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul
Uberlândia

Tradução:

A partir das convenções partidárias foi dada a largada para o ano eleitoral. A partir da homologação das candidaturas já não teremos mais os pré-candidatos, mas candidatos que devem cumprir e respeitar as normas da Justiça Eleitoral.

Candidatos a prefeitos e vice, e candidatos a vereadores iniciam a fase de divulgação de seus nomes e propostas de trabalho, caso de eleitos.

Muitos preferem nem indicar o Partido pelo qual se candidatam. Esse tipo de campanha demonstra o nível da vergonha desses candidatos em função do descrédito partidário. Preferem fazer campanha como pessoas físicas, como se não tivessem vínculos com um partido e fossem candidatos avulsos.

Candidaturas avulsas, sem vínculo partidário não é uma modalidade permitida pela legislação eleitoral, portanto, todas as candidaturas possuem vínculos com partidos políticos.

Candidatos a prefeito e vice de municípios com mais de 200 mil eleitores poderão ser submetidos a um segundo turno de votação no caso de nenhum dos candidatos ter alcançado a metade mais um dos votos válidos.

Portanto, não basta ser mais votado para vencer a eleição no primeiro turno, torna-se indispensável a conquista de mais da metade dos votos válidos.

A crise atual só será superada com a eleição de políticos comprometidos com a justiça social, a defesa do meio ambiente e do Estado Democrático de Direito

Conversa Afiada
Na hora de votar o primeiro critério que deve ser observado é o partido ao qual o candidato é filiado

Vereadores e o quociente eleitoral

No caso da eleição para vereadores é necessário que a somatória de votos obtidos pelos candidatos pela legenda e mais os votos dados no Partido, alcancem o que se chama quociente eleitoral.

Vejamos um exemplo de um partido político que obteve quociente eleitoral que permite eleger dois vereadores. Nesse caso, os dois candidatos que obtiveram maior número de votos pela legenda serão os eleitos.

Há circunstâncias em que um candidato a vereador obteve votos em número muito maior do que os que foram eleitos por outra legenda. Mas, se o partido pelo qual se candidatou não alcançar o quociente eleitoral, não será eleito.

Nos dois casos exemplificados torna-se indispensável que eleitores observem os partidos a que estão vinculados os candidatos em quem pretendem votar. Em grande parte das situações,  há decepções. Vota-se em candidato bem votado, mas quem se elege é alguém em quem não se confia.

Os Partidos que não alcançam o quociente eleitoral somente poderão disputar as vagas que sobrarem, depois de considerados todos os casos em que houve cumprimento da regra do quociente. Portanto, isso só alcança alguns casos excepcionais de candidatos e de partidos.

Partidos políticos ou de que lado você está

Com base nessas informações, os eleitores precisam estar atentos na hora de votar, especialmente nos candidatos as Câmaras Municipais. Não se deve, por exemplo, votar em um candidato vinculado a um partido no qual não se confia, pois o voto poderá ajudar a eleger outro candidato no qual o eleitor jamais votaria.

Na hora de votar o primeiro critério que deve ser observado é o partido ao qual o candidato é filiado. Só depois disso decidir o voto. 

Atualmente temos uma polarização na qual, de um lado estão os partidos, governadores, senadores e deputados que apoiaram, apoiam e dão suporte ao governo de Jair Bolsonaro – que curiosamente atualmente não está filiado a nenhum partido.

Do outro os partidos, governadores, senadores e deputados que não apoiam Bolsonaro e buscam a restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil. Neste contexto, não há meio termo.

As eleições são uma oportunidade ímpar para que os eleitores demonstrem qual destes lados apoiam e qual é o Plano de transformação do país ao, qual oferecem seu voto.

Fortalecer o mercado interno é o caminho para superar a crise neoliberal

Entendo que o Brasil, nossos Estados e Municípios da maneira como estão sendo administrados não resolverão os principais problemas da população.

Vivemos tempos nos quais a situação social e econômica entrou em profunda crise. Sim, há um aprofundamento na crise causada pela pandemia. Mas, não é apenas a maneira indevida de enfrentamento do coronavírus que gera tantos desequilíbrios.

Vivemos uma crise estrutural com um profundo esgarçamento do tecido social. Uma crise que promove uma imensa transferência da riqueza produzida pela “economia real” para o setor financeiro, alavancada por um inédito desmonte das políticas sociais, ambientais e culturais.

Não conseguiremos reabilitar o Brasil se não houver uma incisiva ação para beneficiar o mercado interno e nossa população. A economia não pode se pautar apenas pela política de exportação. É indispensável exportar para articular uma boa relação de entrada de divisas. Mas, nunca se pode abandonar o mercado interno.

É este mercado que permite o desenvolvimento de uma economia de pequena e média envergadura, típica dos municípios. É este mercado que sustenta e amplia a produção de alimentos, do comércio e do setor de prestação de serviços. Bases para o desenvolvimento sustentável e de promoção da justiça e bem estar social.

Conclusão

Se couber um aconselhamento, recomenda-se buscar partidos e candidatos que se comprometam com um projeto que objetive a abolição dos discursos de ódio e incitação à violência.

Temos que combater o racismo estrutural que está vigente na sociedade brasileira, o machismo, a misoginia, a homofobia e o preconceito.

Não podemos nos curvar aos ataques à Ciência, à Cultura, a Arte e à liberdade de expressão. É também indispensável que um projeto de país, volte a defender e incluir os povos indígenas, os sem-terra e os sem-teto, a eliminação da fome e a segurança alimentar e, em especial, o meio ambiente e a inigualável riqueza relacionada a biodiversidade encontrada nos vários biomas existentes em nosso território nacional. 

Enfim, este é um ano Na hora de votar o primeiro critério que deve ser observado é o partido ao qual o candidato é filiado . Precisamos adotar muito cuidado nas escolhas, para que possamos ser justos e solidários com o povo brasileiro.

Claúdio Di Mauro, geógrafo, professor da Universidade Federal de Uberlândia, ex prefeito de Rio Claro, Sp e colaborador da Diálogos do Sul

Jhenifer Gonçalves Duarte, discente do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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