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Entidades antirracistas lançam manifesto em apoio à candidatura de Boulos

Nota também critica gestão do atual prefeito Bruno Covas por praticar um projeto político de caráter genocida em parceria com o governo do estado de João Doria
Redação RBA
Rede Brasil Atual
São Paulo (SP)

Tradução:

Dezenas de entidades comprometidas com o movimento negro no país e a luta contra o racismo lançaram nesta terça-feira (24) um manifesto em apoio à candidatura de Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura de São Paulo. Os signatários do manifesto defendem que a candidatura que tem a deputada e ex-prefeita da cidade Luiza Erundina como vice representa “a possibilidade de virar o jogo e eleger uma gestão municipal comprometida com a vida do povo negro, que estabeleça como prioridade o enfrentamento ao racismo em suas mais diferentes expressões e intersecções”.

A nota do movimento negro em apoio a Boulos também critica a gestão do atual prefeito Bruno Covas por praticar um projeto político de caráter genocida em parceria com o governo do estado de João Doria. “Foi nesta gestão de Covas que a cidade de São Paulo presenciou, silenciosamente, o assassinato de 12 adolescentes vitimados pela ação violenta da polícia em repressão a um baile Funk em Paraisópolis, há um ano”.

Confira o manifesto:

Nota também critica gestão do atual prefeito Bruno Covas por praticar um projeto político de caráter genocida em parceria com o governo do estado de João Doria

Guilherme Boulos / Arquivo Facebook
Candidatura de Boulos representa avanço para o combate ao racismo na cidade de São Paulo.

Para derrotar o PSDB e o Bolsonarismo em SP, eleger Boulos e Erundina 50

Nós, população negra organizada, mulheres negras, pessoas faveladas, periféricas, LGBTQIA+, que professam religiões de matriz africana, quilombolas, pretos e pretas com distintas confissões de fé, moradoras e moradores da cidade de SP, manifestamos nosso apoio à candidatura de Guilherme Boulos e Luiza Erundina e à urgência em derrotar o PSDB genocida e o bolsonarismo na cidade de São Paulo.

2020 é um ano que ficará marcado na história como aquele da avassaladora pandemia de coronavírus, que até agora custou 170 mil vidas brasileiras e que em São Paulo, sob a gestão de Covas, matou mais de 14 mil pessoas, grande maioria nas periferias desassistidas da cidade. Mas é preciso lembrar que este ano também será lembrado como aquele em que milhões de pessoas ao redor do mundo forçaram um aprofundamento do debate público sobre o combate ao racismo sistêmico e suas consequências sociais. Um caminho sem volta foi aberto e futuros governos terão que diversificar racialmente secretariados e ministérios, reconhecer a competência política e profissional de lideranças negras e femininas para atuação em diversos níveis.

O PSDB de Bruno Covas representa o projeto político genocida praticado há décadas por governos tucanos seja no nível municipal, seja nos momentos de dobradinha com governos estaduais, como é o caso agora, com Covas-Doria. Foi nesta gestão de Covas que a cidade de São Paulo presenciou, silenciosamente, o assassinato de 12 adolescentes vitimados pela ação violenta da polícia em repressão a um baile Funk em Paraisópolis, há um ano. A aliança macabra entre Covas e Doria faz nosso povo sofrer, seja no espelhamento das políticas de segurança pública que fazem da guarda municipal tão violenta quanto a PM, sobretudo covarde no trato com pessoas em situação de rua e trabalhadores ambulantes, seja também nas políticas da assistência social, na precarização e terceirização de serviços públicos, na desvalorização do funcionalismo, nas políticas privatistas e de diminuição do estado de direito. O PSDB é germe do bolsonarismo que contaminou o país e que fez da população negra, mais uma vez, o principal alvo. Precisamos derrotá-los!

Neste segundo turno das eleições municipais em São Paulo, temos em Boulos e Erundina a possibilidade de virar o jogo e eleger uma gestão municipal comprometida com a vida do povo negro, que estabeleça como prioridade o enfrentamento ao racismo em suas mais diferentes expressões e intersecções. Para tanto, Boulos e Erundina devem caminhar lado a lado com os movimentos negros e periféricos, e reconhecer o movimento negro de São Paulo como força política consistente que é. É muito importante a criação de canais de diálogo, participação e construção real e por dentro do próximo governo. A população negra organizada deve compor a gestão dos serviços públicos e da máquina pública a partir de pessoas negras orgânicas desses movimentos e suas pautas e reivindicações devem ser acolhidas.

A partir deste compromisso público junto às pautas dos movimentos negros, também sinalizadas em documentos orientadores da Coalizão Negra por Direitos e da Convergência Negra, convocamos todos aqueles que estão comprometidos com a luta antirracista, periférica, e de valorização da cultura popular a eleger Boulos e Erundina 50, e construir um amanhã preto, periférico e popular para a cidade de São Paulo!

Assinam

APNs –  Agentes de Pastoral Negros do Brasil
Coletivo de Esquerda Força Ativa
EDUCAFRO – Educação e cidadania para Afrodescendentes e Carentes
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
MNU – Movimento Negro Unificado
QUILOMBAQUE
UNEAFRO BRASIL
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade  

dezenas de organizações negras e periferias de SP.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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