O estado terrorista de Israel completou recentemente 60 dias de guerra genocida, visando apoderar-se das terras da sitiada Faixa de Gaza para expandir as colônias judaicas ilegais. O número de mártires supera 16 mil, 50 mil feridos e 10 mil desaparecidos sob os escombros dos bombardeios. Na Cisjordânia, o número de mártires, feridos e presos não para de crescer.
O primeiro-ministro sionista e criminoso de guerra, Benjamin Netanyahu, repete dia após dia que Israel “usará toda sua força para destruir o Hamas”, mantra que os sionistas vêm usando desde 1987, quando o Movimento foi criado e já apareceu confrontando a ocupação na Intifada das Pedras.
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Israel fracassou em todas as tentativas de destruir o Movimento de Resistência Islâmica. O resultado de cada uma delas foi que as forças da Resistência palestina saíram mais fortes, mais enraizadas na população, melhor preparadas militarmente e com importante apoio popular em Gaza, na Cisjordânia e nos territórios atribuídos a “Israel” desde 1948.
Essa sensação vem aumentando desde a humilhante derrota do exército sionista no Líbano em 2006, quando eles foram expulsos pelo Hezbollah com o rabo entre as pernas.
A força militar do exército sionista reside no fato de que está habituado a ataques relâmpago de sua aviação e tanques contra Gaza, que não dispõe de defesa necessária e é sempre facilmente destruída à distância por bombardeios israelenses.
Porém, para Israel conquistar o território de Gaza, por maior que seja a destruição e mortes causada pelos bombardeios, é necessário que suas tropas de infantaria pisem no solo palestino e enfrentem os combatentes da Resistência. Suas tropas não vencerão Gaza passando o dia dentro de veículos blindados com ar refrigerado. Terão de entrar no território do Hamas. E é aqui que as coisas mudam.
Ashraf Amra – Agência Anadolu
Negociações demonstram que Hamas não é inimigo derrotado, mas adversário resiliente e que dita os termos
Opinião pública e falta de informações
Enquanto isso, cresce na opinião pública israelense o sentimento do enfraquecimento militar de Israel, de que não houve vitória e da evidente incapacidade de derrotar o Hamas e as outras forças da Resistência palestina.
Israel não dispõe de informação sobre o número de combatentes da Resistência, a sua formação de combate, a localização de entradas e saídas dos túneis e uma série de outras questões que forçam os sionistas a tomaram precauções a que não estão habituados e não impede o aumento de baixas, resultando num cansaço extremo e numa desconfiança crescente das tropas para com os seus comandantes, levando inclusive a muitas baixas através do “fogo amigo” contra os seus próprios soldados.
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Os soldados sionistas, além de muito medo, são incapazes de vivenciar um conflito a distância zero contra os combatentes palestinos. Não é à toa que relatórios militares apontam a elevação do consumo de álcool e drogas, bem como de automutilação e suicídio no exército sionista, além da depressão causada pelo stress mental e pelo medo da morte nos combates diretos. Não basta a confiança no poder da tecnologia militar superior, porque isto não lhes dá segurança ao avançar sobre Gaza. O exército sionista não tem escolha a não ser o combate corpo a corpo com combatentes da Resistência a distância zero.
É precisamente neste quesito que as Brigadas Al-Qasam (Hamas) e as Brigadas Al-Quds (Jihad Islâmica) estão bem treinadas para atuarem num terreno com as características de Gaza. É um tipo de enfrentamento no qual o apoio aéreo e a artilharia israelenses perdem a sua eficácia, porque não são capazes de atacar sem ao mesmo tempo pôr em perigo os seus próprios soldados.
Os combatentes da Resistência palestina, além de adotarem métodos táticos adequados para este tipo de enfrentamento, com uso de emboscadas e armadilhas explosivas, uso habilidoso de diversas armas anti-blindados, sabem usar o terreno e monitorar adequadamente os movimentos das unidades sionistas. Mas acima de tudo e mais importante, os combatentes da Resistência têm espírito de coragem e de martírio, o que lhes permite manter a sua vantagem como combatentes jihadistas nesta guerra.
Os feitos da Resistência desde 7 de outubro vêm surpreendendo Israel e o mundo pelos avanços tecnológicos militares da Resistência, que tem utilizado mísseis sofisticados que alcançam distâncias que chegam a 400km, produzidos em Gaza com o apoio técnico e material dos aliados do Eixo da Resistência, que conseguem contornar o sistema Iron Dome e atingir cidades como Haifa e a capital, Tel Aviv.
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Israel já perdeu a batalha na opinião pública mundial, através do evidente crescimento da impopularidade do estado sionista em todo o planeta. As ruas das principais cidades do mundo vêm sendo palco de massivas manifestações de apoio a Palestina e de franco repúdio às ações do Estado terrorista de Israel. Um dado novo é a mobilização de grande número de judeus antissionistas, repudiando os crimes de Israel sob o slogan de “não em meu nome”, inclusive em Israel.
A trégua de seis dias para o socorro humanitária e a troca de reféns obrigaram Israel a legitimar o Hamas como força beligerante e atestou que Israel não conseguiu nenhum dos seus objetivos: acabar com o Hamas e trazer os reféns de Gaza.
As negociações demonstraram que o Hamas não é um inimigo derrotado, mas um adversário resiliente, que dita os termos nas negociações com aqueles que juraram sua destruição. Uma situação que provocou enorme fissura no comando sionista que não se entende e se enfraquece diante da pressão militar do Hamas. E da pressão interna pelo fim da guerra, troca urgente dos reféns e substituição de Netanyahu.
Mesmo diante do elevado preço em vidas e destruição, as forças da Resistência palestina vêm destruindo o mito da invencibilidade militar do estado sionista. Está cada dia mais patente que dificilmente Israel vencerá a Resistência palestina em qualquer terreno. Os prisioneiros libertados tornaram-se um símbolo poderoso da capacidade de o Hamas alcançar resultados tangíveis e da sua vontade de lutar pela libertação da Palestina, despontando como a mais importante força política e militar palestina em Gaza, Cisjordânia e nos territórios atribuídos a “Israel” depois de 1948.
Sayid Marcos Tenório | Monitor do Oriente Médio
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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