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Espanha: aliança entre PSOE e JxCat inflama extrema-direita e leva neonazismo às ruas

Protestos, iniciados há uma semana, continuam nas ruas de Madri, com gritos de consignas em frente à sede central do PSOE

Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

O Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE) e o Junts per Catalunya (JxCat) anunciaram oficialmente, nesta quinta-feira (9), em Bruxelas, o acordo político que alcançaram para apoiar a investidura de Pedro Sánchez como presidente do governo.

Santos Cerdán, número três do PSOE e mão direita de Sánchez, se trasladou há mais de dez dias à capital belga para dirigir as negociações mais complexas sobre a investidura com JxCat e seu líder, o ex-presidente catalão e euro parlamentar, Carles Puigdemont, que reside em Waterloo desde outubro de 2017 e não voltou ao seu país ante a ordem de detenção internacional emitida pelo Tribunal Supremo da Espanha.

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A mesa de diálogo se instalou em Bruxelas, onde se propôs o conteúdo da futura lei geral de anistia para os líderes e simpatizantes independentistas com alguma acusação aberta com a justiça espanhola por sua participação no processo da declaração unilateral falida de cinco anos atrás. 

Com 121 cadeiras ganhas nas eleições do passado 23 de julho, o PSOE já tinha garantidas as 31 de Sumar, sete de Esquerra Republicana de Catalunya, seis de EH-Bildu e uma do Bloco Nacionalista Galego, somando 166. Com a confirmação do acordo com JxCat, que tem sete deputados, consegue os 173 dos 171 necessários para concretizar a investidura. 

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Só fica pendente acordar o apoio dos cinco deputados do Partido Nacionalista Basco, com o que superaria a maioria absoluta e chegaria aos 178. 

Segundo a versão dos dois diários digitais, que cita como fontes representantes dos partidos nas negociações, “a lei de anistia será apresentada na próxima semana”. 

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Enquanto isso, os protestos convocados pela extrema-direita, iniciados há uma semana, continuam nas ruas de Madri, gritaram consignas em frente à sede central do PSOE: “Pedro Sánchez, filho da puta”, “com os mouros não se atrevem” e “Puigdemont, à prisão”. 

O protesto terminou sem altercados, diferente do que ocorreu há poucos dias quando se detectaram vários grupos organizados de grupúsculos fascistas e neonazistas.

Em um dos dias de protestos, foi avisado que uma bomba havia sido colocada na linha 1 do metrô de Madrid, por isso teve que ser fechada por várias horas e algumas estações foram evacuadas, embora tenha sido um alarme falso causado por uma pessoa com supostos problemas psicológicos.

Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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