Há algumas semanas, o veto de Bolsonaro que impediu a distribuição gratuita de absorventes para as mulheres em situação de vulnerabilidade dominou as mídias progressista e cooperativas, e gerou debates importantes na esquerda.
Em sua coluna semanal na TV Diálogos do Sul, a feminista e docente no ensino superior de engenharias Camila Godoi, fala sobre a relação do homem de esquerda e sua contribuição para a disseminação de vários estereótipos e preconceitos.
Para Godoi, ao ignorarem a pauta das mulheres, o debate ilustrou a dificuldade do “esquerdo-macho” em compreender a relevância da luta contra o racismo, o machismo, o patriarcado, a LGBTfobia e várias outras opressões estruturais.
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“Essa dificuldade para compreender a relevância dessas lutas está associada ao imaginário do que seria um tipo ideal que representasse a classe trabalhadora no Brasil: o homem branco, heterossexual e cisgênero”, explica.
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Ao ignorarem a pauta das mulheres, o debate ilustrou a dificuldade do “esquerdo-macho” em compreender a relevância de outras lutas.
“Esses ‘esquerdo-machos’ têm muita dificuldade de reconhecer como classe trabalhadora nós, mulheres. Nós população LGBTIA+. E de perceber como a questão da raça e do racismo permeia a precarização dos corpos que serão explorados principalmente com maior intensidade no capitalismo. Principalmente no capitalismo brasileiro”, diz.
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Camila ainda ressalta como a Revolução Bolchevique, que serve de inspiração para muitos socialistas brasileiros, jamais tratou pejorativamente a luta das mulheres.
“Estudem como se deu a revolução, para compreender que nós mulheres somos essenciais na construção de uma sociedade mais justa. A revolução será anti-capitalista, anti-racista, feminista e LGBTIA+”, enfatiza.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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