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Foto: Steve Eason / Flickr

EUA ampliam sanções, agravam sofrimento e depois nos culpam por crise migratória, afirma Cuba

Chancelaria de Cuba reitera que retorno da ilha à lista de países patrocinadores do terrorismo "marcou um ponto crítico que intensificou ainda mais o fluxo migratório"
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Havana

Tradução:

Ana Corbisier

Por meio de um documento denominado “Cuba em dados: As medidas coercitivas aumentaram a emigração e muito”, divulgado em 13 de fevereiro, a Chancelaria cubana assegura que a “emigração de Cuba para os Estados Unidos foi um tema politizado e estimulado por Washington desde o início da Revolução Cubana”.

Também denuncia que o impacto dessa política “se multiplicou nos últimos anos” e acusa o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, de culpar “de maneira apressada” as autoridades de “Cuba, Venezuela e Nicarágua” de desencadearem uma aguda crise migratória.

Segundo o texto, a subdiretora da Direção Geral dos Estados Unidos do Ministério, Johana Tablada, declarou que as medidas aplicadas por Donald Trump, Marco Rubio, Mike Pompeo e Mauricio Claver têm “efeito direto no aumento da emigração”.

Rememora, ademais, que “durante o período de melhora nas relações entre Cuba e os Estados Unidos, que incluiu a histórica exclusão da ilha da lista de Estados patrocinadores do terrorismo em 2015, a emigração se reduziu notavelmente”.

Essa mudança, enfatiza, “veio acompanhada da adoção de um acordo migratório em janeiro de 2017, na administração de Obama, que praticamente erradicou o canal marítimo irregular e manteve um fluxo migratório baixo”.

Mudanças drásticas

No entanto, o panorama mudou drasticamente com a administração de Trump, esclarece. Indica, ainda, que “o endurecimento das políticas migratórias, o fechamento do consulado estadunidense em Havana após a invenção dos chamados ‘ataques sônicos’ e a adoção de mais de 200 medidas extremas desde 2018 levaram a um aumento recorde na emigração”.

“A inclusão de Cuba novamente na lista de Estados patrocinadores do terrorismo em janeiro de 2021 marcou um ponto crítico que intensificou ainda mais o fluxo migratório”, indica a publicação divulgada no site oficial Cubaminrex.

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Essas medidas tiveram repercussões devastadoras na economia cubana e na vida cotidiana de sua população, destaca, e assegura que, apesar das mudanças na administração estadunidense, “persistiram”.

“Ainda que Joe Biden tenha realizado alguns ajustes limitados…, a perseguição de recursos críticos, as restrições a entidades e a limitação na cooperação médica mantiveram-se”, afirma.

Situação atual incentiva desejo de emigrar

A situação atual, diz, “reflete um ciclo de medidas que resultaram em sofrimento humano e aumento do desejo de emigrar”. A equipe que aplica essas políticas continua buscando novas formas de intensificar a pressão sobre o povo cubano neste segundo mandato de Trump, enfatiza.

Manifesta, ainda, que “a emigração cubana é um fenômeno multifacético que não pode ser entendido sem que seja considerado o contexto político”.

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As decisões das administrações estadunidenses, reitera, “tiveram um efeito direto na qualidade de vida em Cuba e levaram a um aumento do desejo de buscar novas oportunidades no exterior”.

Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul Global – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação Prensa Latina

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