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EUA: Obras censuradas por conservadores estarão disponíveis em biblioteca de Nova York

Recentemente, a Associação Americana de Bibliotecas registrou 729 tentativas de proibição a 1.597 títulos em iniciativas locais e estaduais em todo o país
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

A Biblioteca Pública de Nova York, o maior sistema de bibliotecas do país, anunciou que disponibilizará a todos os leitores do país, sejam usuários ou não, uma seleção de livros frequentemente proibidos ou censurados, como resposta à onda de esforços das forças conservadoras para proibir livros ao redor do país. 

“A missão da Biblioteca Pública de Nova York (NYPL) está baseada nos princípios de livre e aberto acesso ao conhecimento, informação e todas as perspectivas – em essência, o direito de ler”, escreveu Anthony Marx, presidente desta rede bibliotecária de 92 sucursais por toda a cidade fundada em 1895 com sua icônica sede principal no famoso edifício da Quinta Avenida, cuja entrada está velada por dois leões de mármore.

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“O conhecimento é poder; a ignorância é perigosa, cultivando ódio e divisão. Todos têm o direito a ler ou a não ler o que queiram – todos temos o direito de tomar essas decisões”, sublinhou. 

“À luz de esforços recentes e proeminentes para proibir livros em comunidades através dos Estados Unidos”, a NYPL, em associação com três editoriais oferecerá em versão cibernética uma seleção de obras que estão entre as mais censuradas, a qualquer um que ingresse em seu app para leitura [].

“Os esforços recentes, alguns tentativos outros exitosos, de proibição de livros – principalmente sobre títulos que exploram raça, temas de LGBTQ, religião e história- são extremamente preocupantes e chegam a ser um ataque total contra o fundamento de nossa democracia”, continua a declaração de Marx. 

Recentemente, a Associação Americana de Bibliotecas registrou 729 tentativas de proibição a 1.597 títulos em iniciativas locais e estaduais em todo o país

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Bibliotecários se convertem em alguns dos principais defensores da democracia nos EUA

Associação Americana de Bibliotecas

Assinala que a Associação Americana de Bibliotecas (ALA) registrou recentemente um número sem precedentes de tentativas de censura de materiais em bibliotecas, escolas e universidades durante 2021. Como reportou anteriormente La Jornada, a ALA registrou 729 tentativas para proibir 1.597 títulos em iniciativas locais e estaduais ao redor do país.

“Desde seu início, as bibliotecas públicas têm lutado contra estas forças simplesmente ao fazer acessíveis todas as perspectivas e ideias a todos, sem importar seus antecedentes ou circunstâncias”, afirmou, concluindo que “o papel da Biblioteca é assegurar que nenhuma perspectiva, nenhuma ideia seja borrada”. 

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A NYPL oferece serviços gratuitos a mais de 16 milhões de pessoas a cada ano, e milhões mais através de seu ciberespaço, e contém mais de 56 milhões de livros, documentos, vídeos e mais, incluindo uma das poucas cópias da Bíblia de Gutenberg, um rascunho da Declaração de Independência e cartas e manuscritos originais de Shakespeare, Charles Dickens, Virginia Woolf e John Coltrane.

A ALA e outros agrupamentos como Pan América soaram o alarme sobre os perigos de uma campanha bem coordenada e financiada de organizações direitistas que multiplicaram seus tentativas para proibir livros em dezenas de distritos escolares em 26 estados, como no nível estatal com o apoio de governadores no Texas, na Flórida e na Virginia, entre outros. 

Agora os bibliotecários se convertem em alguns dos principais defensores desta democracia.

David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York.
Tradução por Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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